Liésio Pereira
Repórter da Agência Brasil
São Paulo, 6/6/2004 (Agência Brasil - ABr) - O número de doadores de sangue caiu no Estado de São Paulo após o início da Operação Vampiro. No Hemocentro do Hospital São Paulo, na capital, as doações caíram 10% desde o início da operação. A queda agrava a situação desse hemocentro, que já operava com 50% da necessidade. Na Fundação Pró-Sangue, o maior hemocentro da América Latina - responsável por 53% do sangue necessário para a Grande São Paulo, 24% de todo o estado e 14% do país - a queda já atinge 15%.
Segundo a Secretaria Estadual da Saúde, as quedas nas doações já chegam a 30%, como na região de Marília, interior do estado, desde o último dia 19 de maio, quando teve início a Operação Vampiro, sobre o possível desvio de verbas na compra de medicamentos hemoderivados.
A médica hematologista da Fundação Pró-Sangue, Andréia Kondo, diz que é comum uma queda nas doações de sangue em época de frio, mas este ano a situação dos estoques de sangue está crítica. "O estoque ideal para a Fundação Pró-Sangue é o que dê para suprir a demanda de cinco dias e o meu estoque hoje só garante o suprimento por dois dias. É preciso que as pessoas se conscientizem e voltem a doar", alertou.
Para Maria Angélica de Camargo Soares, chefe do setor de coleta do Banco de Sangue do Hospital São Paulo, é preciso deixar claro à população que a parte do sangue utilizada para a fabricação dos medicamentos hemoderivados – o plasma – é pouco aproveitada nas transfusões e, deixando de doar, falta sangue para salvar vidas por transfusão. O Banco de sangue desse hospital, por exemplo, também abastece o Hospital do Rim e Hipertensão, a Maternidade Amparo Maternal e o Instituto de Oncologia Pedriátrica.
A Fundação Pró-Sangue dá todas as informações sobre doação em São Paulo e no Brasil pelo telefone 0800-550300.