Apresentações artísticas marcam comemorações do Pommar

06/06/2004 - 9h00

Brasília, 6/6/2004 (Agência Brasil - ABr) - Uma série de apresentações artísticas em Brasília vão marcar as comemorações pelos dez anos do Programa de Prevenção Orientada a Meninos e Meninas em Situação de Risco do Brasil – Pommar. O programa financia Organizações Não Governamentais (ONGs) que desenvolvem atividades de educação ligada à arte. Desde 1994 mais de 70 organizações receberam recursos.

O trabalho desenvolvido pelas organizações financiadas pelo Pommar consiste em educar crianças e jovens para transformá-los em agentes multiplicadores. Depois de recebererm orientações sobre cidadania, relação de gênero, educação, entre outros, esses jovens passam a desenvolver ações para a comunidade onde vivem. Nos dez anos de atuação da Pommar, mais de 30 mil crianças e jovens foram atendidos diretamente pelo Programa.

O Programa Pommar é financiado diretamente pela Agência Norte-Americana para o Desenvolvimento Internacional USAID. Faz parte de uma política estratégica do governo Americano, que financia programas sociais.

A diretora do Programa Pommar, Graça Gadelha, disse que só em 2003 mais de 15 mil crianças e adolescentes foram beneficiadas. "Os resultados a partir do terceiro ano foram tão fortes e de tão bom impacto para a USAID que esse contrato foi estendido por mais três anos e depois por mais quatro. Hoje estamos financiando 46 projetos", diz.

Gilson Santos Assis, hoje com 22 anos, ingressou numa ONG de Salvador filiada ao grupo Pommar cinco anos atrás. Ele conta que naquela época tinha parado de estudar na sexta série do ensino fundamental e não via perspectivas de sequer concluir os estudos. "Pessoas como eu que vêm de bairros pobres são assim porque na teoria todos temos direitos iguais, mas na prática as coisas são diferentes", denunciou.

Ele reconhece que a falta de informações faz com que as pessoas se conformem com uma situação precária e não se sintam capazes de agir. Mas para Gilson as coisas começaram a mudar pouco tempo depois de ter conhecido a ONG. "Era muito interessante chegar nas escolas e na comunidade para ensinar o que a gente aprendia. A questão dos direitos e deveres ficou muito forte pra mim. Comecei a ter mais confiança e auto-estima", revelou.

Hoje, com o ensino médio concluído, Gilson irá prestar vestibular em junho na Universidade de Brasília. Atualmente ele está trabalhando na organização do evento que irá comemorar os dez anos da Pommar. "Eu quero fazer o possível para que existam mais ONGs capazes de fazer por todos os jovens o que foi feito por mim", aposta.