Brasília, 4/6/2004 (Agência Brasil - ABr) - O 2º dia do Diálogo Nacional das Organizações Juvenis, realizado hoje na Câmara dos Deputados, debateu uma proposta de articulação de diversos segmentos da sociedade para aumentar a participação do jovem na formulação das políticas públicas voltadas a juventude. Participaram do encontro representantes de organizações não-governamentais, de jovens trabalhadores rurais (CONTAG – Confederação Nacional de Trabalhadores na Agricultura e MST- Movimento dos Trabalhadores Sem Terra) e do Ministério do Trabalho e Emprego
Maria Virgínia de Freitas, socióloga que coordena o Programa da Juventude da Ação Cidadania, organização não-governamental de São Paulo, acredita que os fóruns de debate são importantes canais de diálogo com a juventude brasileira, mas que é preciso criar outros espaços que respeitem a diversidade das questões do universo juvenil. Ela explica que muitos jovens não buscam a fala como mecanismo de expressão, citando o exemplo do Movimento Hip Hop, como uma grande mobilização social de jovens em todo o país, que atua através da música.
A socióloga acredita que as diretrizes propostas pelos fóruns e conferências da juventude, presentes nos estados, não têm continuidade com o passar do tempo, e são apoiados apenas pelos órgãos vinculados à questão do jovem.
O presidente da União Nacional dos Estudantes (UNE), Gustavo Petta, afirma que o Diálogo Nacional vai resultar em uma carta-proposta a ser levada ao Congresso Nacional e ao Grupo Interministerial da Juventude, para a criação do Conselho Nacional da Juventude. "O Conselho é o elo de ligação entre a sociedade e as organizações juvenis com o governo", esclareceu. Para Petta, o jovem deve ser o principal protagonista na elaboração e execução das políticas públicas: "é preciso entender o jovem, não como um problema, como foi feito em diversos governos, mas sim sob o ponto de vista dos seus direitos fundamentais", conclui.