Brasília, 4/6/2004 (Agência Brasil - ABr) - O vice-presidente da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), Antônio Carlos Valente, anunciou hoje seu afastamento, cinco meses antes do fim de seu mandato. Ele alegou motivos pessoais para justificar sua saída. Valente quer ficar mais próximo da família, que mora no Rio. "Eu tenho um título, que acho que ninguém gostaria de carregar, que é de pai ausente, marido ausente e um filho ausente", disse. Valente vive há seis anos em Brasília, longe dos familiares.
Ele disse que enviou seu pedido de demissão nesta terça-feira, ao ministro das Comunicações, Eunício Oliveira. Valente descartou a possibilidade de sua demissão estar relacionada com atritos com o governo. "Tenho consciência de que certamente aprimoramentos podem ser desenvolvidos no modelo das agências reguladoras, especialmente da Anatel", ressaltou.
Valente negou, também, desentendimentos com o presidente da agência, Pedro Ziller. "A agência está em boas mãos. Certamente, se não estivesse, eu não estaria saindo da agência. Isso vocês podem ter certeza, porque não saí em momentos anteriores", alegou, elogiando a atuação de Ziller. Valente disse que ainda não recebeu propostas de emprego. "Se não tiver, eu vou abrir um cyber café", brincou.
Na Anatel desde 1997, ano de criação da autarquia, Antônio Carlos Valente ingressou como conselheiro da diretoria e foi o dirigente com maior mandato, sete anos. Depois de publicada sua exoneração, ele terá de cumprir quarentena de 120 dias, antes de assumir qualquer atividade profissional.
Em seu discurso de despedida, Valente destacou a importância da utilização dos recursos do Fundo de Universalização dos Serviços de Telecomunicações (Fust) para promover a inclusão digital no país. "Acho que o ganho que nós teremos na aplicação desses recursos (Fust) para promover a alfabetização digital será muito grande e que a sociedade não pode esperar", destacou, dizendo que mesmo fora da Anatel pretende empenhar-se nesta meta.