Pertence revela preferência por intercâmbio na América Latina

03/06/2004 - 7h26

San Jose (Costa Rica) - Ao encerrar ontem( 02), a série de demonstrações do sistema brasileiro de votação eletrônica na capital costarriquenha, Sepúlveda Pertence reiterou que a preferência do TSE pelo intercâmbio tecnológico é com os países da América Latina. O convênio a ser assinado nas próximas semanas entre o Tribunal brasileiro, o Tribunal Supremo de Elecciones daquele país e a OEA tem significado especial porque a Costa Rica foi o terceiro país das Américas, depois de Brasil e Uruguai, a implantar um órgão eleitoral. O TSE costarriquenho foi um elemento fundamental do desenvolvimento "da profunda e consolidada democracia do país", destacou Pertence.

O ministro disse que a presença dele naquele país não é um gesto de generosidade. "Vim aqui receber a honra de compartilhar nossa experiência eleitoral com a Costa Rica. Não tenho dúvida de que também sairemos altamente beneficiados com o intercâmbio", afirmou. O presidente do TSE costarriquenho, Oscar Fonseca Montoya, agradeceu a presença dos ministros brasileiros e afirmou que a utilização das urnas eletrônicas será um passo importante e histórico para o seu país. Ele enalteceu as qualidades técnicas do equipamento brasileiro, o qual, segundo Montoya, "permite manuseio até mesmo pelos menos letrados". Salientou que esse intercâmbio é um ambicioso projeto e que deve ser visto pelos costarriquenhos como um gesto generoso do Brasil para o fortalecimento e desenvolvimento da democracia na América Latina.

Responsável pela apresentação técnica dos equipamentos, o ministro Fernando Neves reafirmou a garantia de que, com a urna eletrônica, o voto dado é o voto computado para o candidato escolhido. Durante palestra aos representantes da sociedade civil da Costa Rica, Fernando Neves ressaltou que segurança é a palavra principal no sistema eletrônico brasileiro. Lembrando que a eleição é uma questão de Estado e que por esta razão deve ficar sob a responsabilidade de cada país, o ministro disse que o Brasil vai ceder quantas urnas forem necessárias para o pleito de fevereiro de 2006, mas não terá qualquer interferência nas eleições da Costa Rica, que é um ponto de referência para a democracia na América Latina.

O convênio a ser assinado nas próximas semanas prevê o empréstimo de 4 mil urnas eletrônicas, além de apoio técnico para capacitação dos profissionais costarriquenhos que prepararão os equipamentos para a votação. A estimativa do TSE daquele país é de que aproximadamente 50% dos eleitores votarão por meio das urnas brasileiras. A Costa Rica é o quarto país a utilizar oficialmente o sistema eletrônico, já empregado em eleições na Argentina, Paraguai e México. Em outubro próximo será a vez do Equador usar as urnas nas eleições municipais daquele país. Também demonstraram interesse Colômbia, Honduras e Nicarágua.

As informações são do site do TSE.