CPI da Pirataria ouve comerciante chinês terça-feira na Polícia Federal

03/06/2004 - 16h47

Brasília, 3/06/2004 (Agência Brasil - ABr) - A CPI da Pirataria da Câmara dos Deputados vai colher na próxima terça-feira (8) o depoimento do comerciante chinês Law Kin Chong, preso esta semana depois de tentar subornar o presidente da comissão, deputado Medeiros (PL-SP). O chinês foi preso junto com o seu advogado, Pedro Lindolfo, sob acusação de corrupção ativa, tráfico de influência, formação de quadrilha e impedimento do trabalho da comissão parlamentar de inquérito.

Os membros da CPI vão colher o depoimento de Chong na própria carceragem da Polícia Federal, e não em audiência pública na Câmara dos Deputados, uma vez que os trabalhos da comissão encerram-se no próximo dia 10 e os deputados não pretendem prorrogar o prazo.

A CPI também adiou para a semana que vem a discussão e votação do relatório do deputado Josias Quintal (PMDB-RJ) com a conclusão dos trabalhos. A comissão investiga ações de pirataria em todo o país desde junho do ano passado, e tomou depoimento de mais de 50 pessoas em várias audiências públicas.

O chinês Law Kin Chong prestou depoimento à CPI em março deste ano. Ele é dono dos shoppings 25 de Março e Mundo Oriental, em São Paulo, e é considerado pela polícia paulista líder da pirataria no estado. O comerciante acabou preso ao oferecer R$ 1,5 milhão ao deputado Medeiros para que o seu nome não fosse citado no relatório final da comissão.

Além do caso de Chong, a CPI da Pirataria discutiu casos polêmicos como o do medicamento Celobar, que causou a morte de 23 pessoas por estar contaminado com carbonato de bário. Os donos do laboratório Enila, que produzia o medicamento, foram ouvidos pela CPI e acabaram indiciados por adulteração de medicamento. A CPI também produziu vários atos públicos contra a pirataria, com a participação de artistas contrários à produção de CDs piratas.