Juliana Cézar Nunes
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O presidente da CNBB, Dom Geraldo Majella Agnelo, defendeu hoje a criação da disciplina educação política, para ser ensinada nas escolas. "Só assim a população vai entender o que é política, o que significa representação e como é possível participar do sistema", explicou o religioso, arcebispo de Salvador, após a reunião do Conselho Episcopal Pastoral.
Durante o encontro - realizado nos últimos três dias, em Brasília -, os bispos reafirmaram os temas da Campanha da Fraternidade para os próximos dois anos. Em 2005, a campanha tratará de "Solidariedade e Paz – Felizes os que promovem a paz". "Fraternidade e Portadores de Necessidades Especiais" será o tema de 2006. Este ano, o tema é "Fraternidade e Água - Água, fonte de vida".
Nas campanhas, a Igreja reafirma o propósito de debater e buscar soluções para os problemas do país e do mundo. Paralelamente, os bispos procuram levantar temas que provoquem a mobilização social. Entre eles, a necessidade de um maior controle de instituições como o judiciário, o legislativo e os meios de comunicação.
"Na mídia, o controle deve ser feito pela própria razão e ética dos profissionais, cobrada com insistência pela comunidade", acredita o presidente da CNBB. Na semana passada, a entidade promoveu o IV Seminário Internacional de Comunicação de Brasília. O principal tema de debate "Quem fiscaliza o quarto poder".
Em outros setores, os bispos acreditam que o autocontrole é impossível. A única solução é o controle externo. Para o vice-presidente da CNBB, dom Antônio Celso de Queirós, não há como impedir a corrupção, mas é possível criar hábitos que dificultem o surgimento desse problema. "O problema é que aqui se facilita a corrupção. E a Justiça, por sua vez, é muito lenta para punir", acusa o bispo de Catanduva (SP). "O governo é um dos principais responsáveis por essa lentidão. É ele que mais apresenta apelações. A reforma do judiciário pode dar um jeito nisso."