Brasília, 27/5/2004 (Agência Brasil - ABr) - O economista Décio Munhoz, professor da Universidade de Brasília, disse hoje que ainda é cedo para afirmar que está havendo crescimento na economia. "O máximo que se pode dizer agora é que a economia se movimentou um pouco. Mas precisamos saber de onde está vindo esse crescimento e se ele vai mesmo se repetir no segundo trimestre. Caso contrário, pode-se qualificar como um crescimento ridículo", afirmou.
Segundo Munhoz, nos últimos anos, a renda das famílias - considerada uma das principais alanvancas de ativação da economia - se reduz muito, aumentando a concentração de renda no país nos setores petrolífero, bancário, público e privatizado. "A economia continua travada e não vai a lugar nenhum, se não houver demanda. Demanda esta que só vai ocorrer se houver emprego e renda, o que não está ocorrendo".
Para o economista, o governo precisa aumentar os investimentos em geração de renda e fazer uma reengenharia financeira para diminuir a concentração de renda no país, como também estimular o aumento dos salários. "Quando o mundo crescia a 3% ao ano, o PIB do Brasil alcançava 5% ou 7%. Hoje, ocorre exatamente o contrário, se não for pior", comparou.
Hoje, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), divulgou que o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro no primeiro trimestre do ano foi de 1,6%, em relação ao último trimestre do ano passado. O PIB é o conjunto das riquezas produzidas no país.