Kelly Oliveira
Repórter da Agência Brasil

Brasília - Deputados brasileiros irão defender na Alemanha a proposta de adição de 5% de combustível vegetal no diesel. Eles irão participar da Conferência Internacional de Energia Renovável, entre os dias primeiro e quatro de junho. O Governo Federal também defende a adição de biodiesel no combustível. Segundo o diretor do Departamento de Açúcar e Álcool do Ministério da Agricultura, Ângelo Bressan, até novembro deste ano, será concluído o trabalho de elaboração de normas para produção e comercialização do biodiesel. Com isso, será permitida a adição de 2% de biodiesel no diesel.

Projeto de lei do deputado Antônio Carlos Mendes Thame (PSDB/SP), em tramitação na Câmara, prevê um aumento gradual da adição de 5% para 20%, em um período de 15 anos.

O deputado propõe a renúncia de cobrança do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) para o óleo a ser adicionado ao óleo diesel mineral, por cinco anos, e redução do imposto de renda, em 50%, das pessoas jurídicas que o produzem e misturam.

Para Bressan, um dos benefícios da adição de biodiesel, seria a redução das importações de óleo diesel. Atualmente, o Brasil importa cerca de 6 bilhões de litros de óleo, com gastos de US$ 1 bilhão, por ano. O país consome 37 bilhões litros de óleo diesel por ano.

Ainda segundo Bressan, a produção do biodiesel com o uso da mamona poderia estimular produção de pequenos agricultores do Nordeste, onde está a maior concentração da cultura. Atualmente, a produção de mamona é de 100 mil toneladas de baga, ou 60 milhões de litros de óleo. Para a produção do óleo a ser adicionado no biodiesel seria necessária uma produção de mais 120 milhões de litros, por ano. "Outro fator seria a redução da poluição e do uso de petróleo, que gera combustível não renovável", afirma Bressan.

O biodiesel é obtido a partir de óleos vegetais, com o da mamona e da soja. É considerado uma fonte de energia renovável e uma alternativa para os combustíveis não renováveis, como a gasolina.