Para frente parlamentar, fraude com hemoderivados ocorre também nos estados

26/05/2004 - 12h04

Agência Brasil

Brasília - Há indícios de que as fraudes no Ministério da Saúde, apuradas pela Operação Vampiro da Polícia Federal, têm ramificações nos estados. A informação é do deputado Paulo Ruben Santiago (PT/PE), que participa da Frente Parlamentar de Combate à Corrupção.

De acordo com o deputado, o Ministério Público confirma indícios de que "esta equipe que operava com fraudes em licitações e tráfico de influência e superfaturamento na compra de hemoderivados possa ter descido para seis estados". Segundo Santiago, pelo menos três estados já foram "nominados": Minas Gerais, Pernambuco e Paraná.

Para o parlamentar, que falou nesta manhã ao canal NBR (TV a cabo da Radiobrás), existem evidências de que as empresas buscavam ramificações nos estados. "Uma das empresas denunciadas, a Octapharma, uma empresa suíça, há algum tempo esteve no Estado de Pernambuco e chegou a propor uma parceria com o Estado através do Instituto de Hemoterapia de Pernambuco, o Hemope, para a montagem de uma fábrica de hemoderivados".

Ruben Santiago acredita que o interesse da empresa em um estado da Federação traz "indícios de que essa estrutura de fraude, tráfico de influência e superfaturamento também possa ter ocorrido em outras unidades". O representante da frente parlamentar avalia que "o sistema de saúde é uma máquina de compras" e que, portanto, "há suspeitas sobre outros contratos e outras áreas que merecerão ser investigadas".

Conforme informou o parlamentar à NBR, tramita no Congresso Nacional projetos que ampliam a Lei de Responsabilidade Fiscal exigindo a prestação de contas na Internet dos empenhos, das licitações realizadas e dos valores unitários dos produtos e serviços adquiridos ou contratados.

"Se não há um controle interno rígido e se não há um controle externo com todas as compras, todos os empenhos pagos, todos os editais de licitação disponíveis na Internet, para que qualquer cidadão, empresa concorrente, ou órgão de controle possa preventivamente ter essa fiscalização, comparando preços por exemplo, fica muito mais difícil combater as fraudes e as irregularidades", defendeu.