Adriano Gaieski
Repórter da Agência Brasil
Brasília-O Governo Federal não vai interferir no mercado de álcool hidratado, usado como combustível veicular, que teve um aumento médio de 12% no Rio de Janeiro, Brasília e Belo Horizonte e,17% em São Paulo, capital. A informação é do Diretor do Departamento do Açúcar e do Álcool do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Ângelo Bressan.
O único instrumento de intervenção seria diminuir a mistura do álcool à gasolina, que atualmente é de 25%, para forçar maior oferta a partir das usinas. "Isto, no entanto, acarretaria um aumento do custo final, pois nos obrigaria a importar mais petróleo e o consumidor sairia perdendo", afirma Bressan. Para ele, esta é uma questão de mercado, regulada pela oferta e demanda. "Além disso, não podemos esquecer que o álcool hidratado custa a metade da gasolina".
Para Ângelo Bressan, com a nova safra de cana-de-açúcar em andamento, os preços do álcool hidratado estão chegando a um nível razoável, pois os usineiros começam a vender o produto, recuperando custos de produção. "Caso isto não aconteça, não teremos álcool hidratado, pois todos vão preferir produzir açúcar", destaca. Esta recuperação está, em média, R$ 0,535 o litro pago ao produtor. "Ainda não é o suficiente, mas passa a ser o aceitável", completa.
Ângelo Bressan, apesar das discussões de preços e mercado, faz questão de tranqüilizar os consumidores garantindo que não faltará álcool hidratado no mercado. A produção brasileira, no momento está entre 4,5 e 5 bilhões de litros/ano, o suficiente para abastecer toda a frota nacional. "Além disso, em toda a produção de álcool, ele sai primeiro da usina como hidratado, depois, parte é transformado em anidro, para usos medicinais, higiênicos ou domésticos, por exemplo.
De acordo com dados da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Auto-Motores (Anfavea), a frota brasileira é de 20 milhões, sendo 14 milhões movidos a gasolina e 4 milhões a álcool e 2 milhões a diesel. Desde março do ano passado a indústria auto-motiva está produzindo carros flex-fuel, para álcool e gasolina, mas o número ainda é pequeno e os motores com a alimentação bi-combustível é de 120 mil.