Governo investirá na exportação de peixes da Amazônia e Pantanal

26/05/2004 - 13h04

Brasília, 26/5/2004 (Agência Brasil - ABr) - A partir de agora, tucunaré, tambaqui, pintado, dourado, pirarucu e outros peixes nativos da Amazônia e do Pantanal estão inseridos na pauta da Agência de Promoção e Exportações do Brasil (Apex-Brasil), do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior. Por meio de um convênio assinado hoje entre a Apex-Brasil e a Secretaria Especial de Aqüicultura e Pesca (SEAP), o governo federal investirá mais de R$ 2 milhões na divulgação, exportação e abertura de novos mercados para esses peixes.

O projeto visa consolidar a qualidade deste grupo de peixes no exterior e incentivar o ingresso dos pequenos produtores no mercado exportador. Além dos tradicionais mercados consumidores, como Estados Unidos, França, Espanha e Itália, a parceria pretende ampliar as relações comerciais com mercados promissores como Oriente Médio, Japão e China, através da promoção de rodadas de negócios e a participação em feiras internacionais.

Segundo o presidente da Apex-Brasil, Juan Quiróz, a agência, que monitora 122 países responsáveis por 92% do comércio mundial, criará um centro de inteligência específico do setor de pescado para prospectar novos destinos de exportação. A meta é ampliar o volume de exportação de 33 mil toneladas, registrada em 2003, para 50 mil toneladas até o final de 2005.

"O Brasil hoje possui duas grandes marcas, a Amazônia e o Pantanal. Vamos estimular essas marcas e aumentar a demanda pelo pescado nativo do país", explicou Juan Quiróz, ressaltando que o aumento das exportações envolverá cerca de 70 empresas e possibilitará a geração de mais de 3.500 empregos diretos no setor.

Para o secretário de Aqüicultura e Pesca, José Fritsch, a parceria com a Apex-Brasil tem tudo para dar certo, já que o pescado brasileiro possui um elevado padrão de qualidade e de rastreabilidade, pré-requisitos para a entrada do produto nos mercados mais exigentes. "Nossos pescados nativos têm elevada qualidade e os que vêm da aquicultura são cultivados sem aditivos químicos ou antibióticos".

Em 2003, o Brasil exportou US$ 419 milhões em pescados, com destaque para o camarão, a lagosta e o atum. Com o projeto, o governo quer impulsionar a exportação de peixes nativos de água doce cultivados, além das espécies capturadas na pesca marítima. "O peixe orgânico brasileiro tem tudo para ganhar o mundo", afirmou José Fritsch, ressaltando que a demanda mundial por produtos orgânicos tem registrado um aumento anual da ordem de 12%.