Brasília, 26/5/2004 (Agência Brasil - ABr) - O Brasil já chegou a produzir 230 mil toneladas de sardinha e hoje pesca apenas cerca de 30 mil a 40 mil toneladas. Se houver recuperação dos recursos, em três ou quatro anos o país poderá produzir até 100 mil toneladas do peixe que, por ser barato, pode ser consumido pela parte mais pobre da população. A avaliação é do coordenador geral de gestão de recursos pesqueiros do Ibama, José Dias Neto. Na opinião do coordenador, há potencial para expandir o setor.

Por outro lado, o Ministério do Meio Ambiente adverte que 80% dos recursos pesqueiros estão superexplorados e os pescadores já sentem a perda da produtividade. O desmatamento das margens, o assoreamento dos rios e a poluição das águas são as principais causas da degradação, segundo os técnicos.

De acordo com Dias Neto, o Ibama está concluindo um programa de potencial sustentável para o setor, que apresentará um diagnóstico com as características atuais encontradas e possíveis alternativas para os pontos de estrangulamento que impedem a expansão.

Durante todo o dia de hoje, especialistas discutem o assunto em um seminário na Câmara dos Deputados. A idéia é fazer uma avaliação do quadro pesqueiro no país e esclarecer os motivos que levam o Brasil, com oito mil quilômetros de costa, a ocupar a 24ª posição mundial na produção total de pescados.

O país possui um quinto dos recursos hídricos do mundo com mais de três mil espécies de peixes de água doce. Durante o seminário sobre recursos pesqueiros, o coordenador do Ibama disse que a recuperação sustentável do setor é possível. As discussões em torno do assunto vão prosseguir até as 17h. Um painel vai destinar espaço para debater a situação da pesca amadora no país.