Desmatamento na amazônia cresce em ritmo menor, diz Marina Silva

25/05/2004 - 12h36

Brasília, 25/5/2004 (Agência Brasil - ABr) - Ações de fiscalização do ministério do Meio Ambiente conseguiram reduzir o índice de desmatamento da floresta amazônica. O aumento do desmatamento que, em 2001 foi de 28%, caiu para 2% em 2003. Na prática, isso significa que o desflorestamento continua aumentando, mas vem crescendo em ritmo bem menor que o registrado em anos anteriores. Embora os índices sejam animadores, a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, avalia que os 22.750 quilômetros da floresta amazônica que foram desmatados representam o segundo maior índice já registrado na história, inferior apenas a 1995, quando foram desmatados mais de 29 mil quilômetros."É um número altamente preocupante, mas a queda nos dá ânimo para tratar de desmatamento", disse durante audiência pública no Senado.

Marina Silva informou que 90% da área desmatada foram desflorestados pelo Mato Grosso (44%), seguido do Pará (31%) e Rondônia (15%). Segundo a ministra, o número de ações de fiscalização aumentou. Enquanto em 2002 foram realizadas 19 grandes operações de fiscalização, em 2003 foram operacionalizadas 32 operações. "Uma delas impediu o desmatamento de 50 mil hectares da floresta", lembrou a ministra, observando que 90% da madeira extraída na região são extraídas utilizando técnicas de manejo inadequadas.

Durante a audiência no Senado, o ministro da Integração Nacional, Ciro Gomes, também convidado pelos parlamentares para falar do Plano Amazônia Sustentável, declarou que o plano elaborado a pedido do presidente Luiz Inácio Lula da Silva prevê ações de financiamento e inclusão social com gestão ambiental e ordenamento territorial. "Não é verdade que infra-estrutura e desenvolvimento econômico impliquem depredação dos recursos naturais", observou acrescentando que 24% da área do território amazônico são privados, 29% são áreas protegidas e 47% são áreas públicas ou devolutas. "Por isso resolver a questão fundiária é fundamental", disse.