Brasília, 25/5/2004 (Agência Brasil - ABr) - O Ministério da Agricultura está elaborando uma instrução normativa para proibir a saída de navios que descumpram as regras internacionais de exportação. O objetivo é impedir que outros lotes de soja misturada com grãos contaminados com agrotóxicos sejam transportados para o exterior. Segundo o assessor de Assuntos Internacionais do Departamento de Defesa e Inspeção Vegetal do Ministério da Agricultura, Gilson Cosenza, os fiscais agropecuários ainda não têm como impedir a saída de navios, mesmo que as empresas não tenham o certificado fitossanitário.
Os ministros da Agricultura, Roberto Rodrigues, e do Desenvolvimento, Luiz Fernando Furlan, reuniram-se com representantes do Ministério da Agricultura da China para discutir a fiscalização da soja exportada pelo Brasil. Rodrigues e Furlan integram a missão brasileira na China. Roberto Rodrigues avisou, por telefone, que a fiscalização será intensificada e os responsáveis pelo envio de soja contaminada com agrotóxicos serão punidos. "Os ministros garantiram aos chineses que esse fato não iria ocorrer novamente", afirma Cosenza.
De acordo com as regras internacionais, o nível aceitável de agrotóxicos é de 0,05%, mas para os chineses, a tolerância de sementes tratadas com agroquímicos é zero.
A Lei de Agrotóxicos prevê punições para os responsáveis por misturar soja com sementes contaminadas que vão de multa a até dois anos de prisão. O caso dos embarques para a China está sendo investigados pela Polícia Federal. A China suspendeu as importações das empresas brasileiras ADM, Louis Dreyfus, Noble Grains, Cargill Agrícola, Irmãos Trevisan e Bianchini.