Especial China 2 – Exportações vão de brinquedos a tecnologia de ponta

21/05/2004 - 8h36

Mylena Fiori e Fabiana Uchinaka
Repórteres da Agência Brasil

São Paulo – "A China compra de tudo, mas também vende de tudo". Assim o presidente da Câmara de Comércio e Indústria Brasil-China, Charles Tang, resume o movimento comercial do país asiático para onde o presidente Luiz Inácio Lula da Silva viaja hoje. Se as importações fazem do país o terceiro maior comprador do mundo, as exportações também têm grande importância no modelo chinês – o setor externo funciona como provedor de liquidez para o setor interno.

A pauta é diversificada e vai de eletroeletrônicos e brinquedos a bens de alto valor agregado e conteúdo tecnológico. Além disso, a mão de obra é muito barata – um trabalhador de fábrica recebe em torno de US$ 25 mensais. É compreensível que em 2003 mais de US$ 437 bilhões tenham entrado no país por meio das exportações.

Nesse contexto, embora seja o maior parceiro da China na América Latina, o Brasil ainda tem muito a conquistar. Em 2003, o intercâmbio comercial entre os dois países totalizou US$ 6,7 bilhões. As importações de produtos asiáticos totalizaram US$ 2,1 bilhões. As vendas para a China – terceiro principal destino de produtos brasileiros, atrás apenas de Estados Unidos e México – chegaram a US$ 4,5 bilhões. Estimativas do Banco Interamericano de Desenvolvimento apontam que a demanda chinesa já responda por 0,75% do PIB (Produto Interno Bruto) brasileiro. No entanto, o volume exportado para aquele país ainda corresponde a apenas 1% das importações chinesas.

Há muito trabalho pela frente."No ano passado, o Brasil recebeu mais de mil delegações chinesas e enviou apenas dez à China", conta Charles Tang. Dá para entender por que mais de 300 empresários brasileiros estão de malas prontas para a viagem que começa hoje. "Não é só para comprar e vender, é também para fazer parcerias. Mal começamos a explorar a mina que é o mercado chinês", avalia o presidente da Câmara de Comércio e Indústria Brasil-China.