Jorge Wamburg
Repórter da Agência Brasil

Brasília - O ministro Antônio Palocci defendeu ontem à noite no programa "Diálogo Brasil" a decisão do Copom de manter a taxa básica de juros em 16%. Palocci ressaltou que os juros no Brasil mantém trajetória de queda desde junho do ano passado, com uma redução significativa de 26,5% para 16%.

"Nós não precisamos ter ansiedade. Não é obrigatória que a taxa de juros caia todos os meses. O importante é que o governo consiga dar condições ao processo econômico para que o país conquiste uma taxa de juros de mercado de menor proporção. Para isso, nós temos que ser firmes no controle do nosso orçamento", apontou o ministro Palocci.

"É importante ressaltar que o crescimento econômico não depende só de taxas de juros. A redução da taxa de juros é importante para ajudar retomar a atividade econômica. Mas o crescimento econômico de longo prazo vem se nós conseguirmos completar a nossa agenda este ano", disse o ministro.

Essa agenda - acrescentou - é composta por projetos como a lei de recuperação de empresas em discussão no Senado, as parcerias públicas e privadas e medidas para o setor de construção civil . "Ou seja, esse conjunto de medidas de reformas é que vai dar musculatura para a economia, buscando sempre uma taxa de juros menor", afirmou.

O ministro da Fazenda ressaltou que todos da equipe econômica do governo, agentes de mercado e da indústria desejam que o país busque taxas de juros cada vez menores. Hoje segundo ele," o governo já trabalha com taxas de juros com prazos bem menores do que na história mais recente. Isso se dá porque o Brasil melhorou nos últimos anos e faz agora o compromisso fiscal bastante sólido."

A decisão da manutenção da Selic ocorreu poucas horas antes da transmissão do programa Diálogo Brasil, da TV Nacional, TVE/Rio e TV Cultura, que ainda teve como debatedores o ex-presidente do Banco Central, Armínio Fraga, e o presidente da Fiesp (Federação das Indústrias de São Paulo), Horácio Lafer Piva.