Brasília, 20/5/2004 (Agência Brasil - ABr) - A pedido do Ministério das Relações Exteriores, o Consulado do Brasil na Guiana Francesa está tentando investigar a denúncia de que garimpeiros brasileiros são mantidos como prisioneiros naquele país, que faz fronteira com o Brasil. O Itamaraty foi informado de que o Consulado já entrou em contato com a polícia francesa para apurar o caso, já que este país detém o poder sobre o território da Guiana Francesa. No entanto, ainda não houve confirmação devido à dificuldade de acesso à região.

Os brasileiros estariam supostamente em Saint-Eli, uma região de garimpo a 250 quilômetros da capital, Caiena, aonde só é possível chegar de helicóptero. Segundo informação do Ministério das Relações Exteriores, a maioria dos brasileiros que vivem na Guiana Francesa é de garimpeiros, muitos em situação ilegal. De acordo com o Itamaraty, as autoridades da Guiana Francesa têm sido mais rigorosas no combate a garimpos ilegais, e o país está no direito de defender sua terra.

Se a denúncia for confirmada, serão apuradas as razões e a legalidade da situação dos brasileiros, que talvez sejam deportados de volta ao Brasil. Existe um acordo entre França e Brasil que acelera a deportação por razões migratórias.

A denúncia de que garimpeiros brasileiros estariam presos na Guiana Francesa foi feita à Polícia Federal do Pará por Sônia Maria Ferreira, mãe de um dos supostos prisioneiros. Segundo Sônia, cerca de 300 garimpeiros, a maioria deste Estado, estariam isolados e sofrendo maus tratos das autoridades franco-guianenses. A Superintendência da Polícia Federal no Pará encaminhou o comunicado ao Itamaraty no início desta semana.