Técnicos administrativos de universidades e escolas técnicas assinam acordo com governo

19/05/2004 - 19h08

Brasília, 19/5/2004 (Agência Brasil - ABr) - Os servidores técnicos administrativos das universidades federais e dos trabalhadores das escolas técnicas federais de ensino básico e profissional aceitaram hoje a proposta do governo de aumento salarial. O ministro do Planejamento, Guido Mantega, já assinou o acordo para o reajuste.

As duas categorias foram as primeiras a aceitar a contraproposta do governo para o aumento de salários, e assinaram o termo de compromisso por meio de suas entidades representativas, a Federação de Sindicatos de Trabalhadores das Universidades Brasileiras (Fasubra) e o Sindicato Nacional dos Servidores Federais da Educação Básica e Profissional (SINASEFE).

O reajuste oferecido pelo governo foi de 19,16% a 22,43% para funcionários no inicio de carreira; 15,33% a 29,38% para nível intermediário e 14,05% a 28,95% para cargos superiores, abrangendo aposentados e funcionários da ativa.

Além dos trabalhadores em educação, outras categorias ainda discutem o reajuste salarial. De acordo com o ministro Mantega, o governo federal tem até sexta-feira para fechar os acordos e garantir o pagamento dos salários retroativo ao mês de maio. "As categorias que até o dia 21 não assinarem o acordo, não receberão. Mas eu tenho a esperança que até lá as demais categorias aceitem esse acordo. Ainda há tempo hábil", ressaltou.

Os servidores da área administrativa reunidos no Plano de Classificação de Cargo (PCC) também aprovaram esta tarde a proposta de reajuste, que varia de 10% a 30%.

Amanhã, os funcionários do Ministério do Trabalho, da Previdência Social e do Ministério da Saúde fazem assembléia para decidir sobre o acordo proposta pelo governo.

A única categoria que não manifestou interesse em negociar foi o Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições Federais de Ensino Superior (Andes), categoria formada por 105 mil professores das universidades federais.

A entidade anunciou que os professores de 25 universidades federais pretendem paralisar suas atividades nesta quinta-feira. Segundo a secretária-geral da Andes, Celi Taffarel, a principal reivindicação dos professores é a incorporação da Gratificação de Incentivo à Docência (GID) e o reajuste salarial de 50,19%. Ela negou que a entidade não tenha apresentado contraproposta ao governo.

"Fizemos um pedido oficial para uma reunião extraordinária com o objetivo de retomar a mesa de negociação nacional permanente, para negociar com governo a pauta, mas ainda não recebemos resposta", informou.

Celi ressaltou ainda que a paralisação já havia sido definida como forma de sinalizar ao governo a luta pelas reivindicações. Conforme os dados da Andes seriam necessários R$ 800 milhões para atender os professores universitários.

"Não queremos onerar o orçamento de 2004. A questão da incorporação é mais importante, além da correção das distorções e da criação de critérios para correção salarial com base na inflação anual", disse a professora.