Brasília, 19/5/2004 (Agência Brasil - ABr) - A Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF 2002-2003) divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostra que existe uma grande disparidade na quantidade de alimentos consumidos pelos brasileiros das famílias com rendimento mais alto (mais que 30 salários mínimos) e os daquelas com rendimento mais baixo (até dois salários mínimos). Os primeiros consomem 60 quilos de leite de vaca pasteurizado por ano, quantidade quase sete vezes superior à dos brasileiros nas famílias com menor rendimento, onde o consumo é de cerca de nove quilos ao ano (veja gráfico abaixo).
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Para o consumo anual de carne bovina per capita, os resultados não mostram diferenças acentuadas quanto ao rendimento das famílias, em relação ao consumo médio nacional, que é de cerca de 16 quilos. Mas há distinção quando o item é a carne de primeira: famílias com rendimentos mais altos adquirem cerca de 13 quilos ao ano – seis vezes mais que as famílias com rendimentos mais baixos, que consomem pouco mais de dois quilos.
Pão e café
O consumo de pão francês também revelou diferenças em relação ao rendimento das famílias. Nas que possuem rendimentos mais baixos, a quantidade adquirida do produto equivale a quase metade da média nacional, que é de 12 quilos. Já as famílias com maior poder aquisitivo adquirem quantidade 50% superior à média.
Apesar de o gasto com a compra do café moído ter peso relativo expressivo no orçamento das famílias de menor rendimento, o consumo do produto se manteve em todas as classes de rendimento, o que confirma a tradição nos lares brasileiros. O mesmo ocorre com o consumo da carne de frango.
A batata-inglesa, o tomate e a cebola são produtos cujo consumo aumenta na medida em que aumentam os rendimentos das famílias. Já as quantidades adquiridas de fubá de milho variam no sentido inverso dos rendimentos.