Brasília, 19/5/2004 (Agência Brasil - ABr) - Foi inaugurado hoje, na Grã-Bretanha, o primeiro banco de células-tronco destinado a fornecer material para pesquisas em tratamentos de doenças como o Mal de Alzheimer, o diabetes e o ataque cardíaco. Esta é a primeira iniciativa de nível nacional.
O projeto, que não é o primeiro no mundo, mas certamente o mais ambicioso, prevê no futuro um banco com dezenas de milhares de células diferentes, tem apoio do governo e está sediado no Instituto Britânico de Padrões e Controle Biológicos (Nibsc, na sigla em inglês), uma entidade pública.
Há anos, pesquisadores trocam células-tronco entre si. Os bancos desse tipo surgiram da necessidade de organizar melhor o setor, permitindo a cientistas depositar células que desenvolveram e retirar outras, desenvolvidas em instituições diversas. Muitos bancos de células são administrados por institutos de pesquisa e empresas privadas.
A Grã-Bretanha é um dos poucos países com legislação suficientemente flexível para pesquisas de células-tronco. De todos países com leis estabelecidas no assunto, é o mais liberal, permitindo inclusive o uso da clonagem para criação de células-tronco.
As células-tronco podem se desenvolver em qualquer tipo de tecido do corpo humano e são o ponto de partida para a clonagem de órgãos para transplantes. Algumas dessas células virão de embriões humanos que sobram no tratamento de fertilidade in vitro. Ativistas anti-aborto afirmam que o procedimento fere a ética, pois transformaria seres humanos em produtos farmacêuticos.
Não é o primeiro projeto do tipo no mundo, mas é certamente o mais ambicioso. O banco abrigará células-tronco de diferentes origens, algumas retiradas de embriões, algumas de fetos e algumas de adultos.
Na inauguração, os cientistas depositaram duas linhas de células no banco.