Brasília, 19/5/2004 (Agência Brasil - ABr) - O Tesouro Nacional e o Banco Central divulgaram o relatório sobre a dívida pública federal interna em títulos nas mãos dos investidores em abril. A dívida doméstica do governo cresceu 1,03% e passou para R$ 767,6 bilhões, novo recorde. Os juros foram o principal motivo para o crescimento da dívida no mês passado, segundo os técnicos do governo.
A participação de títulos prefixados (papéis que têm a correção conhecida antecipadamente) na dívida aumentou de 15,4% em março para 15,8% em abril, permanecendo dentro da estratégia do governo definida no Plano Anual de Financiamento do Tesouro Nacional. Papéis prefixados são bons para o governo porque dão previsibilidade ao volume de recursos necessários ao resgate dos títulos.
Segundo informações do Tesouro Nacional, mesmo tendo havido vencimento de R$ 15,4 bilhões em Letras do Tesouro Nacional (LTN), a emissão líquida de títulos prefixados atingiu R$ 2,7 bilhões.
A parcela de títulos atrelados à taxa básica de juros (Selic), definida pelo Banco Central, diminuiu de 60% para 59,7% em decorrência do resgate líquido de R$ 3,1 bilhões.
Ainda de acordo com informações fornecidas pelo Banco Central, se consideradas as operações de swap (contratos corrigidos diariamente pelo câmbio), a exposição da dívida do governo à taxa Selic subiu de 51,5% para 52,2% no mês passado, em decorrência da redução de R$ 7,2 bilhões no estoque da dívida cambial e dos juros.
Essa elevação foi parcialmente compensada, garante o Banco Central, pelo resgate líquido de R$ 3,1 bilhões em LFT (papéis pós-fixados).
Em abril, houve também um aumento na procura por títulos corrigidos pela inflação. A participação desses titulos aumentou de 13,6% para 13,9%, em decorrência da emissão líquida de R$ 1,7 bilhão.
A dívida corrigida pelo câmbio caiu. Sem considerar as operações de swap, passou de 9,2% para 8,9% no mês passado, devido ao resgate líquido de R$ 3 bilhões em títulos.
Com as operações de swap, a parcela da dívida com exposição ao câmbio registrou queda de 17,7% para 16,3%, uma redução na dívida corrigida em moeda estrangeira de R$ 9,3 bilhões.
O prazo médio das emissões de títulos ficou em 23,4 meses em abril. Já o prazo médio do estoque da dívida foi reduzido de 30 meses para 29,7 meses.
A parcela de títulos públicos federais em poder do público a vencer em 12 meses sofreu elevação de 39,4% para 41% em abril.