Rio, 19/5/2004 (Agência Brasil - ABr) - A Caixa Econômica Federal vai ampliar para R$ 30 bilhões seu crédito comercial este ano, um aumento de 50% sobre os R$ 20 bilhões registrados em 2003. O presidente da Caixa, Jorge Mattoso, revelou que, incluindo o financiamento à habitação e saneamento, os recursos alcançarão R$ 42 bilhões em 2004.
Ele informou que, no caso das áreas de habitação e saneamento, o crescimento de recursos será de quase 70%. Só para saneamento, os créditos deverão totalizar R$ 2,9 bilhões este ano, contra R$ 1,7 bilhão em 2003, um aumento de quase 80%. Habitação receberá cerca de R$ 8 bilhões este ano, contra R$ 5 bilhões no ano passado, um crescimento de 50%.
Jorge Mattoso ressaltou que o esforço efetuado pela Caixa "vai na direção do reconhecimento da necessidade do setor público e das instituições financeiras contribuírem para o crescimento econômico. Nós apostamos no crescimento econômico em 2003 e colhemos os frutos disso. Fomos a instituição que mais cresceu no crédito comercial, atingindo 25% no ano passado".
O presidente da Caixa esclareceu que o montante de R$ 11 bilhões que será destinado às áreas de habitação e saneamento incluirá também infra-estrutura urbana, desde sistema de transporte até drenagem. Outras áreas de infra-estrutura, como energia, são restritas ao BNDES e eventualmente ao Banco do Brasil.
Por seu desempenho como administradora de recursos de fundos de investimento em 2003, a Caixa subiu da sexta posição no "ranking" da Associação Nacional dos Bancos de Investimento(ANBID) para a quarta colocação. Jorge Mattoso explicou no XVI Fórum Nacional, no BNDES, que o "ranking" da ANBID registra o crescimento de ocupação de espaço de mercado que a Caixa tem tido na administração de fundos próprios, com ativos de R$ 158 bilhões, aos quais se somam R$ 180 bilhões do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS).
O papel da instituição vem se tornando mais forte no mercado de capitais na administração de fundos de terceiros, atividade que é desenvolvida por uma diretoria específica, uma vez que a Caixa não tem subsidiárias. Pela atuação na administração de ativos de terceiros, a entidade recebeu a avaliação (rating) duplo A da empresa classificadora de risco Austin Rating. Mattoso definiu como importante essa avaliação porque marca o início do reconhecimento da Caixa como banco comercial e não somente como um banco público voltado ao financiamento habitacional, como ocorria até então.
Mattoso destacou que a Caixa tem um papel indispensável no pagamento de benefícios de programas sociais, como o Bolsa Família, além do INSS e FGTS, e um papel crescente enquanto banco comercial. Por essa razão, ele informou que a Caixa estará ampliando em 2004 e 2005 o número de agências em 500 unidades e passando de 2,4 mil correspondentes bancários para 10 mil até 2006.
A melhoria do atendimento aos clientes e à população em geral é uma das metas da Caixa. Segundo Jorge Mattoso, isso exige o aproveitamento do momento econômico e financeiro favorável, que permitiu um aumento de 17% no lucro líquido da instituição no primeiro trimestre na comparação com igual período de 2003.