Alessandra Bastos
Repórter da Agência Brasil
Brasília - A internet tem sua origem nos Estados Unidos e era usada, na década de 60, como veículo de comunicação de militares e pesquisadores americanos. Mas foi o engenheiro inglês Tim Bernes-Lee quem criou o código eletrônico "World Wide Web" (www), em março de 1989, e popularizou a internet, fazendo com que ela se tornasse o principal veículo de comunicação mundial.
Cláudio Prado, responsável, no Ministério da Cultura, pela formulação de uma política pública digital no Brasil, conta que Bernes-Lee, "quando precisou de dinheiro para seguir adiante com sua idéia, apresentou-a a Bill Gates, que a banalizou e chamou de ridículo o invento". Quando o mundo percebeu que o acesso era livre e qualquer pessoa poderia entrar na rede mundial e compartilhar informações, "já era tarde para Gates voltar atrás", ressalta.
Para ele, a era digital é "uma revolução que se contrapõe à era industrial, é o passo seguinte da revolução hippie. Quem primeiro aborda isso são os conceitos hippies". A revolução citada por Cláudio seria concretizada pela utilização dos softwares livres.
Em sua opinião, três são as "pontas do iceberg" da revolução digital: a internet, o software livre e a mudança nos direitos autorais. Para a democratização da era digital, "o que deve estar por trás de uma política pública é a banda larga". Esse seria um ponto primordial para a que toda a população possa utilizar o software livre. A banda larga é o acesso a internet que permite receber a informação em tempo real sem distorção. "Quando o acesso é discado é lento", o que não permite a visualização desejada. "Defendemos banda larga gratuita, a função do Estado seria essa", ressalta.