Daniel Lima e Gustavo Bernardes
Repórteres da Agência Brasil
Brasília - O ministro da Fazenda, Antonio Palocci, descartou qualquer alteração na Contribuição de Intervenção do Domínio Econômico (Cide) - que incide sobre os preços da gasolina e do diesel - para equilibrar o preço dos combustíveis no mercado interno. O preço do barril de petróleo no mercado internacional tem batido recordes nos últimos dias. Hoje, o barril do petróleo WTI abriu cotado em Nova York a US$ 41,03, e o do tipo Brent, a US$ 37,13, em Londres.
Segundo Palocci, a Cide foi criada como um tributo de caráter móvel, para ser usado como um colchão, que sobe ou desce conforme o preço do petróleo no mercado internacional. Porém, disse ele, "o governo jamais aplicou a tarifa cheia da Cide, para poder praticar a política do colchão. Quando houver espaço para isso, nós vamos aplicar essa política e ajustar pela Cide. Podemos fazer isso no futuro", disse.
Sobre a Petrobrás ter que reajustar os preços no mercado interno para alinhar preços no exterior, o ministro disse que a empresa irá tomar a decisão correta no momento adequado. Ele lembrou que quem regula a política de preços é a estatal e que a empresa está observando o comportamento do preço do produto no mundo. "A Petrobrás não tem um comportamento de preços imediato à reação ao aumento no mercado internacional. Acompanha os preços e toma suas decisões", explicou Palocci.
Ele lembrou que a empresa sempre buscou o equilíbrio e vai observar o comportamento do preço do petróleo para saber se é consistente e se é duradouro para que a empresa tome as decisões no momento certo.
O ministro também descartou aumento na meta de inflação por conta da defasagem do preço do petróleo. "Para este ano o comportamento da inflação está bom, está caminhando para as metas. Não vemos sobressalto no processo de inflação e não tem porque tomar medida a respeito, a não ser, convergir os dados de mercado para as metas de governo. Para o ano que vem, nós vamos ver. Como diz o Velho Testamento, cada dia com a sua agonia", concluiu Palocci.