Rio, 18/5/2004 (Agência Brasil - ABr) - Os secretários-gerais da CUT, João Antônio Felício, e da Força Sindical, João Carlos Gonçalves, concordam com a flexibilização da legislação trabalhista, mas não admitem que haja alterações em direitos que os trabalhadores têm atualmente. "Décimo terceiro e férias não estão em debate", garantiu João Carlos. Ele disse que as centrais sindicais acreditam que é preciso reavaliar a legislação trabalhista, tornado-a mais maleável e buscando, por exemplo, os contratos coletivos nacionais por setores levando em conta a região e as condições das empresas.
"Topamos o contrato coletivo substituindo a CLT, sim, mas desde que pudéssemos repensar o tipo de estrutura sindical que temos no país, quer seja do lado dos trabalhadores quer seja do lado dos empresários".
Os dois sindicalistas participaram hoje, no Rio de Janeiro, dos debates do XVI Fórum Nacional do Instituto Nacional de Altos Estudos (Inae). Junto com o presidente da Confederação Nacional das Indústrias (CNI), Armando Monteiro, eles defenderam a desoneração de impostos como forma de aumento dos investimentos privados. "O Brasil deveria fazer a desoneração tributária, jamais mexer nos direitos de quem já tem pouco", disse João Carlos.
Para Armando Monteiro, o sistema tributário brasileiro além de complexo e desfuncional para a economia, conduz para a perda de competitividade. "O Brasil se dá ao luxo de tributar fortemente os investimentos", reclamou.