Líder diz que declarações de Dirceu não refletem divergências com política econômica

17/05/2004 - 18h10

Brasília, 17/5/2004 (Agência Brasil - ABr) - A líder do PT no Senado, Ideli Salvati (SC), não se surpreendeu com a proposta do ministro-chefe da Casa Civil, José Dirceu, de um pacto de união nacional para enfrentar a crise internacional que se desenha. Segundo ela, este pacto vem sendo levado à cabo há meses pelo Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social (CDES).

"Quando o presidente Lula criou o Conselho, já sinalizou que os desafios a vencer não são simples ou fáceis, e estes desafios não são apenas do Brasil", lembrou a senadora.

De acordo com a líder, as declarações de José Dirceu não refletem divergências com a política desenvolvida pelo ministro da Fazenda, Antonio Palocci. "A política econômica é uma só, é do presidente Lula, sem surpresas, aventuras, sem qualquer turbulência e com sustentabilidade".

Ideli Salvati reconheceu que o possível aumento nas taxas de juros pelo Banco Central americano (FED) e os reajustes sucessivos no preço do barril de petróleo serão questões que devem pesar na reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), que começa amanhã.

A líder no Senado admitiu, como o ministro Dirceu, que a "blindagem" da economia montada pelo governo Lula pode não ser suficiente para evitar repercussões internas de uma eventual crise internacional. "Temos que ter todo o cuidado no tratamento desta crise internacional", alertou a senadora.

Ideli Salvati destacou que o Brasil vive um paradoxo. Apesar dos problemas na economia internacional, os indicadores econômicos medidos pelo IBGE mostram tendência de crescimento.

"Ao mesmo tempo que temos uma blindagem razoável para a crise externa, temos indicadores favoráveis da economia brasileira", disse. A senadora acrescentou que o próprio ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Luiz Fernando Furlan, admitiu que o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro pode ser de 4% em 2004 e não os 3,5% previstos.

A líder afirmou que neste momento cabe ao Legislativo assumir seus compromissos perante a Nação. E destacou a reunião convocada na semana passada pelo presidente Lula com líderes da base do governo, quando pediu que se acelerasse a votação de projetos importantes para a retomada do crescimento da economia como as Parcerias Público-Privadas (PPP), a lei de
biossegurança e a lei de falências.