Novas regras regerão controle de vôos de helicóptero em São Paulo

16/05/2004 - 9h43

Marli Moreira
Repórter da Agência Brasil

São Paulo - Diariamente, os registros de controle de vôo dão conta de que se realizam cerca de 300 operações de decolagem e pouso de helicópteros em São Paulo. A partir de 10 de junho, o setor passará a ter novas regras. A medida é inédita no mundo e o objetivo é aumentar a segurança dos usuários. A informação é do presidente da Associação de Pilotos de Helicópteros do Estado de São Paulo (Aphesp), Carlos Artoni.

A todo instante existem pelo menos entre quatro a cinco helicópteros sobrevoando ao mesmo tempo na cidade de São Paulo, aonde a média chega a 20 aeronaves, nos horários de pico. A movimentação é a segunda do mundo, só perdendo para Nova Iorque.

Com as novas regras, aumenta em cerca de 200 metros a distância acima dos topos dos edifícios. Isto significa que as aeronaves passarão a voar a 3,5 mil pés de altitude, em vez dos 3 mil obrigatórios hoje. Isso reduzirá o ruído dos rotores (hélices que giram em cima e atrás do aparelho). Pelo novo sistema, o controle deixará de ser simplesmente coordenado pelos pilotos entre si, passando cada vôo a ser orientado com a ajuda de um radar.

A implantação do sistema ocorrerá apenas no eixo do quadrilátero que vai da avenida Paulista, passando pela região do Morumbi, na Zona Sul, e bairros da Zona oeste, abrangendo as áreas de maior concentração do tráfego. Deverão seguir o novo sistema, os pilotos que estiverem nas áreas que envolvem 106 helipontos elevados nos bairros Campo Belo, Moema, Pinheiros, Itaim, Jardins e Vila Madalena.

Segundo Artoni, 70% dos vôos são de transporte executivo. De acordo com o Centro de Comunicação Sul da Aeronáutica, em São Paulo está concentrada quase a metade da frota nacional de helicópteros, que chega a 967 unidades. As mudanças também fazem parte de uma reestruturação que vem ocorrendo em todo o mundo no setor após o atentado às torres gêmeas no World Trade Center (WTC), nos Estados Unidos. De acordo com o consultor da APHESP, Cláudio Agostine, a iniciativa já começou a despertar o interesse de alguns países como Chile, por exemplo, e está fazendo parte de um estudo sobre urbanização, na universidade de Londres.