Silva Diniz
Repórter da Agência Brasil
São Luís - Os principais bairros de São Luís concentram o maior número de crianças no trabalho doméstico. É o que revela um estudo feito pelo Centro de Defesa Padre Marcos Passerine.
O Centro pesquisou 130 crianças que trabalham em casas de famílias em São Luís e já lançou uma campanha para combater a exploração de crianças e adolescentes no estado. Em média, 15 adolescentes procuram ajuda no Sindicato dos Empregados Domésticos a cada ano para conseguir os direitos trabalhistas.
Mas segundo a Presidente do Sindicato dos Empregados Domésticos, o número de crianças e adolescentes que exercem os trabalhos domésticos em casas de famílias na capital é incalculável em geral são meninas que vem do interior do Estado em busca de uma vida melhor. A promessa de estudo é o principal atrativo mas quase sempre elas encontram outra realidade. O Sindicato tenta fiscalizar e garantir pagamento digno pelo trabalho que elas realizam.
Uma pesquisa do Centro de Defesa Padre Marcos Passerine revelou que 53,1% das crianças que trabalham em casas são de famílias de baixa renda e 57,7% são negras. O trabalho infantil doméstico se concentra nos bairros pobres da capital 22,3% das crianças estão empregadas nos bairros Renascença I e II , 16,1% Cohama, Vinhais 10,1% e no Centro da Capital 7,6%.
O Estatuto da Criança e do Adolescente proíbe o trabalho infantil a admissão só é considerada legal a partir dos 14 anos como aprendiz a partir dos 16 anos quando são respeitadas as leis trabalhistas.
O Centro Marcos Passerine lançou a campanha "Ela não Brinca em Serviço" para sensibilizar a sociedade maranhense da gravidade do problema. Se para as crianças faltam escolas para muitos jovens faltam oportunidades para ingressar no mercado de trabalho.
Um dos programas que tem ajudado a derrubar a barreira do preconceito contra quem não tem experiência profissional é o Primeiro Emprego. Um projeto que em oito anos já beneficiou 19 mil jovens no Maranhão.