Brasília, 14/5/2004 (Agência Brasil - ABr) - A Coalisão Empresarial Brasileira, grupo coordenado pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) que acompanha as negociações internacionais, recebeu hoje o pedido europeu de melhoria de ofertas nas negociações entre Mercosul e União Européia.
Em encontro realizado hoje na sede da CNI com representantes do Ministério das Relações Exteriores, os empresários receberam relatos dos resultados da reunião realizada na semana passada, em Bruxelas, pelo Comitê de Negociações Birregionais (CNB). A avaliação dos empresários será utilizada para a formulação de novas ofertas brasileiras, a serem apresentadas no dia 19 deste mês, em Bruxelas. Os dois blocos mantêm o compromisso de concluir as negociações até outubro deste ano.
Para o chefe do Departamento de Negociações Internacionais do Itamaraty, ministro Régis Percy Arslanian, a ampliação da cobertura de produtos ou o cronograma de desgravação (redução dos prazos tarifários) podem ser incluídos na segunda versão da oferta melhorada apresentada pelo Brasil. Esses são dois dos pedidos feitos pela União Européia no último encontro com representantes do Mercosul.
O Brasil também espera que seus pedidos sejam atendidos na lista de ofertas européia, entre eles, a melhoria das cotas e o aumento das margens preferenciais. "Nosso entendimento é que os europeus também enviem uma oferta melhorada. Os pedidos do Brasil foram enviados ontem. Vamos apresentar uma nova oferta equilibrada para não dar mais do que eles possam nos oferecer nem menos", diz Régis Arslanian.
Na próxima segunda-feira (10), a Câmara de Comércio Exterior (Camex) deve aprovar os termos da nova oferta que o Brasil apresentará aos parceiros do Mercosul, na terça-feira, em Buenos Aires, para depois, enviar a proposta do bloco a Bruxelas, na quarta-feira.
De acordo com a CNI, a oferta atual do Mercosul cobre 83,1% do comércio com os europeus e haverá um esforço até quarta-feira para aumentar esse percentual. Para a Coalizão Empresarial, a melhoria de ofertas do Mercosul poderia ser maior se algumas das propostas feitas pelo Brasil e pela indústria brasileira não tivessem sido anuladas pelas dificuldades com a Argentina.
Nos próximos dias 26 e 27 de maio, negociadores comerciais em nível ministerial do Mercosul e da União Européia se reúnem em Guadalajara, no México, para cumprir cronograma de trabalho.