Especial Itaipu 4 - Na administração conjunta, o coração do Mercosul

14/05/2004 - 15h43

Gabriela Guerreiro
Repórter da Agência Brasil

Foz do Iguaçu (PR) - Na usina hidrelétrica de Itaipu, a administração conjunta por Brasil e Paraguai, que parece impossível de ser verificada na prática, funciona de maneira harmoniosa entre os dois países. Isto se deve, na avaliação do diretor-geral brasileiro, Jorge Samek, ao fato de o Tratado de Itaipu, firmado antes da construção da usina, ter detalhado a forma de gestão. "É o maior investimento do mundo feito por dois países. E o que a gente verifica no mundo são países se digladiando por fronteiras. E nós fizemos da nossa fronteira um grande fator de atração e, ao mesmo tempo, de integração entre dois países", disse.

Samek destaca que além da integração intercontinental, a hidrelétrica de Itaipu tem uma função imediata: ser o "coração" do Mercosul. "É o maior empreendimento do Paraguai, um dos países que compõem o Mercosul, e um dos grandes empreendimentos do Brasil. Não é para os próximos 30 anos, mas nos próximos 100 anos vai ser a usina hidrelétrica que mais produziu energia no mundo", afirma.

O corpo de funcionários da hidrelétrica também é integrado por brasileiros e paraguaios – 1.500 pessoas de cada país trabalham diariamente para manter a estrutura da usina em funcionamento. Lado a lado, eles dividem o controle de tudo o que acontece em Itaipu, como na Sala de Comando Central (CCR), considerada o "cérebro da usina". É possível acompanhar na sala, por meio de computadores de última geração, o que está ocorrendo minuto a minuto em Itaipu.

Os visitantes também têm a oportunidade de acompanhar, via Internet, a produção elétrica da usina. Na quarta-feira (12), por exemplo, exatamente às 11h52, Itaipu produzia 11.364 KWh de energia – pouco mais de 80% de sua capacidade total.