Recife, 14/5/2004 (Agência Brasil - ABr) - Cinco parlamentares, integrantes da CPI do Congresso Nacional que investiga o tráfico internacional de órgãos humanos no país, vão ouvir hoje, no auditório da Assembléia Legislativa de Pernambuco, depoimentos de quatro pessoas envolvidas como o esquema que movimentou no ano passado US$ 4,5 milhões, com a comercialização de 30 rins. Eles pretendem fazer um mapeamento da atividade ilegal no Brasil.
Os transplantes eram realizados em hospitais de Durban, na África do Sul, para beneficiar receptores europeus e sul- africanos. A quadrilha recrutava pessoas em bairros pobres da periferia da capital, que eram submetidas a exames clínicos e de compatibilidade sanguínea, antes vender um dos órgãos, por valores que variavam entre U$ 10 e U$ 3 mil. Entre os doadores estão um pedreiro e um marceneiro.
Um dos depoentes é o ex-oficial do exército israelense, Gedálya Tauber, apontado como o mentor do esquema, juntamente com o capitão da reserva da PM, Ivan Bonifácio. Ontem, primeiro dia de audiência da comissão, prestaram depoimentos pessoas envolvidas com a venda de rins, o médico Sílvio Boudoux, que requisitava os exames e a mulher do capitão Ivan.
A quadrilha foi descoberta pela polícia federal em dezembro do ano passado, por meio de denúncia anônima. Das onze pessoas presas, incluindo duas mulheres, cinco foram liberadas por determinação da Justiça. A CPI estadual passou a investigar o caso, a partir de 18 de dezembro de 2003, juntamente com a Polícia Federal e Ministério Público. .