Para líderes do governo, é preciso esperar decisão final do STJ sobre visto do repórter do NYT

13/05/2004 - 16h39

Raquel Ribeiro
Repórter da Agência Brasil

Brasília - A decisão do ministro Peçanha Martins, do Superior Tribunal de Justiça (STJ), de conceder salvo-conduto para o jornalista norte-americano Larry Rohter causou consenso entre os líderes governistas. Para eles, trata-se apenas de uma liminar que ainda será analisada pelo plenário daquela Corte e que, em se tratando de decisão judicial, nada há mais a fazer que esperar pela palavra final dos demais ministros.

"Vivemos num estado de Direito. É apenas uma liminar, então vamos aguardar", disse o líder do Governo no Senado, Aloizio Mercadante (PT/SP). A senadora catarinense Ideli Salvatti (PT), que lidera o bloco de apoio ao Governo, lembrou que não há como questionar uma decisão tomada por um Poder autônomo. "É uma decisão judicial, tem que cumprir", disse. Na Câmara, o líder do PT, Arlindo Chinaglia (SP), preferiu menosprezar o impacto da decisão judicial ao afirmar que trata-se de uma "importante opinião de um só".

Os líderes do PFL no Senado e na Câmara classificaram a decisão do juiz "de inevitável." Segundo o senador José Agripino (RN) e o deputado José Carlos Aleluia (BA), o melhor a fazer agora é cumprir a decisão judicial e dar o assunto por encerrado. "Estava escrito. O jornalista é casado com uma brasileira, o que por si só lhe garantiria o direito de ficar. É claro que o STJ iria conceder seu direito", afirmou Agripino. "Acho que o governo poderia aceitar a decisão do STJ e não recorrer. Desta forma passa a idéia de que o presidente irado tomou uma decisão equivocada e a Justiça consertou. O melhor a fazer é aceitar", completou Aleluia.