Furlan propõe mutirão de inclusão digital para criar empregos

13/05/2004 - 7h58

Brasília, 13/5/2004 (Agência Brasil - ABr) - A política industrial e tecnológica é prioridade do governo para este ano, mas as mudanças devem ser realizadas também pelos governos estaduais e municipais, e pela sociedade. O ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Luiz Fernando Furlan, em palestra na noite de ontem (12), propôs um mutirão de inclusão digital junto com as federações das indústrias de todos os Estados, a fim de criar oportunidades de emprego.

"Queremos traçar uma política onde todo o governo olhe para o mesmo horizonte e trabalhe para um resultado comum. A inclusão digital faz a diferença entre o jovem que ruma para o emprego e o que segue para o subemprego. Ou nos mobilizamos como sociedade em escolas, igrejas, centros comunitários, ou vamos ficar reclamando do governo. E quando olharmos para trás, alguém terá realizado em outro lado do mundo e perderemos a chance", afirmou o ministro, na Federação das Indústrias de Brasília (Fibra).

Sobre os impactos do aumento do preço internacional do barril do petróleo, Furlan disse que serão pouco sentidos no Brasil, porque a dependência externa do país ao petróleo é pequena. "O Brasil também é exportador de derivados de petróleo e está cada vez mais investindo na biomassa. Essa 'bolha' nos preços pode causar clima recessivo em várias regiões do mundo. Os commodities, em geral, deverão ter um movimento de queda a partir do último trimestre deste ano", projetou.

Mas ressaltou que o aumento do preço do petróleo preocupa o governo, embora o efeito disso seja mundial. Na opinião do ministro, o aumento dos juros nos Estados Unidos está ligado ao aquecimento da economia americana e pode significar pontos positivos para o Brasil. "Não há nada que o Brasil possa fazer para modificar os preços internacionais dos commodities. Por outro lado, a economia americana é o principal destino das exportações brasileiras", lembrou.

Na palestra aos empresários, Furlan voltou a apresentar a meta do governo para o crescimento da economia este ano acima de 3,5%. Segundo o ministro, metade desse índice se deverá às exportações, com estimativa de chegar aos US$ 82 bilhões neste ano, e a outra metade virá do mercado interno. O Brasil está crescendo e por isso, acrescentou, é necessário criar ações coordenadas para reduzir os juros e gerar empregos.