Daniel Lima e Keite Camacho
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O ministro da Fazenda, Antonio Palocci, garantiu, durante reunião do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social, que o Brasil hoje está menos vulnerável a turbulências no mercado internacional do que em situações ocorridas no passado. O conselho está reunido em Brasília, no Palácio do Planalto, para discutir a retomada do crescimento sustentável.
"A economia brasileira está bastante 'menos vulnerável' a crises externas", afirmou o ministro, para tentar demonstrar que o governo está seguro e pode enfrentar a situação. Palocci comparou dois períodos em que a política monetária americana provocou grande instabilidade na economia brasileira. Foram utilizados dados macroeconômicos do ano de 2000 e números relativos a este ano.
Segundo ele, os números são claros e dão mais tranqüilidade, já que, há quatro anos, a inflação era de 7,5% ao ano e hoje a inflação acumulada em 12 meses chega a 5,9%. Outro dado apresentado pelo ministro para provar que situação hoje é mais amena diz respeito à taxa básica de juros, que era de 17% ao ano e, em 2004, chega a 16,3% em média.
O ministro da Fazenda também destacou o esforço fiscal que o governo Lula vem fazendo quando mantém um superávit primário (despesas menos receitas sem os juros) médio de 4,1% frente ao superávit do governo passado de 3,5% do PIB (Produto Interno Bruto).
Palocci lembrou ainda que a dívida pública indexada ao dólar caiu de 22,5% para 16,5% ao ano, mas admitiu que a relação do endividamento com o PIB, que era menor 48,8%, em 2000, hoje chega a 57,4%.
Em relação às contas externas, o ministro fez questão de ressaltar o saldo na balança comercial brasileira , que era negativo em US$ 7 bilhões e hoje em 12 meses chega a US$ 27 bilhões. "Não há razões portanto de se imaginar que os indicadores hoje são mais consistentes do que naquela oportunidade e por isso mesmo não devem trazer uma deterioração das nossas contas e da nossa retomada de crescimento", argumentou Palocci.
O ministro disse ainda que é importante o país analisar de maneira adequada o que se avizinha em termos de mudança no cenário mundial e o que todos podem esperar o que pode acontecer a países como o Brasil.
"É evidente que muda a percepção do risco do país. Neste último mês, os países emergentes tiveram em média crescimento do risco de cerca de 40% a 60 %. Isso torna a tomada de crédito mais alta, mas isso não compromete se conduzirmos com consistência com persistência o desenvolvimento das políticas no Brasil", concluiu Palocci. Ele também ressaltou que as turbulências não comprometem a força da economia nacional para resistir a essas mudanças e seguir crescendo e desenvolvendo a economia do Brasil. "Isso é fundamental para esse e para o próximo período".