André Deak
Repórter Agência Brasil
Brasília, 12/5/2004 (Agência Brasil - ABr) - Em comunicado publicado hoje, a organização internacional Repórteres Sem Fronteiras criticou a medida do governo brasileiro que cancela o visto de permanência no Brasil de um correspondente do jornal The New York Times. "A organização solicitou que as autoridades 'ajam com sensatez', anulando a medida", diz o informe.
"Estamos surpresos com esta decisão, que consideramos indigna de um regime democrático. Sobretudo, ela pode causar um prejuízo maior à sua imagem no exterior que o próprio conteúdo do artigo incriminado.", ressaltou a organização em uma carta enviada ao Presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
"Os processos de difamação devem ser julgados diante dos tribunais. Este tipo de medida autoritária não resolve nada: com a expulsão de Larry Rohter, o Brasil não prova nada. Além disso, essa medida poderia coagir à autocensura os correspondentes da imprensa estrangeira, que sabem, doravante, que correm o risco de serem expulsos quando falarem do Presidente", acrescentaram, também solicitando uma entrevista ao embaixador do Brasil na França.
Os Repórteres Sem Fronteiras apontam ainda que o "Em 20 de abril de 2004, Samuel Roman, proprietário da estação Conquista, foi assassinado em Coronel Sapucaia, pequena cidade de Mato Grosso do Sul, situada na fronteira com o Paraguai. O jornalista vinha denunciando o tráfico de drogas e a criminalidade que reinam na região e acusando a classe política local. Três suspeitos foram presos. Quatro dias mais tarde, José Carlos Araújo, da Rádio Timbaúba FM, foi assassinado em uma pequena localidade do Estado de Pernambuco. Seu assassino foi igualmente preso."