Ellis Regina
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O líder do governo na Câmara dos Deputados, Professor Luizinho (PT-SP), afirmou hoje que a decisão do governo de cancelar o visto temporário do jornalista americano Larry Rother é uma "retratação do país no cenário internacional". Luizinho ponderou que o jornalista extrapolou em suas funções e "ofendeu" o presidente brasileiro.
O jornalista é autor de reportagem publicada no jornal norte-americano "The New York Times", segundo a qual o hábito de beber do presidente Lula se transformou em uma "preocupação nacional". Três dias após a publicação da matéria, em nota de cinco linhas, o ministro interino da justiça, Luiz Paulo Barreto, anunciou a decisão de cancelar o visto.
O líder do PFL na Câmara, deputado José Carlos Aleluia (BA), condenou a posição tomada pelo governo e disse ser "uma vergonha que se queira estabelecer uma censura internacional da imprensa. É uma tristeza que isso tenha acontecido. Foi um equívoco, que denigre a imagem do país mais do que a própria matéria escrita pelo corressondente", observou.
Também o líder do PSB, Renato Casagrande (ES), criticou a punição ao jornalista Larry Rohter ao afirmar que "acho que não é adequado. Chegar ao ponto de cancelar o visto não foi a melhor alternativa". Ele disse não ter convicção de que a medida irá ajudar o governo, "a princípio irá atrapalhar".
O líder do PSDB no Senado, senador Arthur Virgilio(AM), disse que "não achava nada errado com a atitude do governo". Mas lembrou que a atitude não deve ser confundida com a relação do Brasil com os Estados Unidos. Segundo ele, a matéria foi "descuidada" e ruim para o país. Arhur lembrou que os partidos da base e da oposição se uniram em defesa do presidente Lula contra a matéria, que ofende o presidente. Segundo ele, o lado ofendido não pode se manifestar.