Brasília, 12/5/2004 (Agência Brasil - ABr) - O presidente da Fundação Nacional do Índio (Funai), Mércio Gomes, declarou hoje que a fundação fez "o melhor possível" ao cumprir seu papel na reserva Roosevelt, em Rondônia. No início de abril morreram 29 pessoas na região em conflitos envolvendo índios da etnia Cinta-Larga e garimpeiros que extraiam ilegalmente diamantes na reserva localizada a 580 quilômetros de Porto Velho.

Durante audiência pública, na Câmara dos Deputados, o presidente da Funai disse que não cabe a ele desempenhar o papel de juiz ou delegado e que o caso está sendo apurado em inquérito. Segundo Mercio Gomes, a Funai não tem "culpados ou inocentes" em relação aos conflitos. A declaração é uma resposta às críticas por parte dos garimpeiros sobre a atuação da Funai nos conflitos.

A audiência com o presidente da Funai é a terceira promovida sobre o assunto na Câmara. Os índios Cintas-Largas também foram convidados, mas não compareceram. Segundo o presidente da comissão responsável pela audiência, Júnior Betão (PPS-AC), a Funai informou que eles permanecem incomunicáveis na reserva Roosevelt. O coordenador da Funai na Amazônia, Valter Bloss, também convidado, enviou atestado médico justificando a ausência.