Anvisa quer derrubar liminar e proibir venda de álcool líquido

12/05/2004 - 17h14

Caio d' Arcanchy
Repórter da Agência Brasil

Brasília - Depois de dois anos proibida, a venda de álcool líquido 96º GL (equivalente a 92,8% em peso de álcool) voltou a ser praticada em razão de uma liminar concedida pela justiça em favor das empresas fabricantes. A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), porém, tenta derrubar a liminar. Foi o que garantiu o consultor técnico da gerência de saniantes da agência, Jorge Luiz Cavalcante, em entrevista à Rádio Nacional de Brasília.

Durante o período em que o álcool líquido não estava sendo comercializado, os acidentes causados pelo uso do produto diminuíram 60%. Cavalcante diz que de um universo de 150 mil acidentados, 45 mil eram crianças. "A resolução do álcool gel demonstrou que é possível reduzir esses acidentes".

Muitos consumidores reclamam que o álcool gel limita as formas de uso. Eles acreditam que o álcool gel não queima e é mais caro do que o álcool líquido. "O que não é verdade. O álcool gel 70 INPM (equivalente a 70% em peso de álcool) acende qualquer churrasqueira. Ele queima lentamente, o que até ajuda a acender o carvão", exemplificou Cavalcante. Quanto ao preço do produto gel comparado ao líquido, Cavalcante reconhece que o primeiro custa mais caro. "Mas na utilização ele se torna mais barato porque rende bem mais", diz.

Cavalcante diz que a agência está promovendo campanhas envolvendo associações de classe e setores representativos da sociedade civil para difundir o futuro do álcool na forma gel. Além disso ele avisou que estão sendo distribuídos cartilhas e folders explicativos sobre os riscos do produto líquido.