Rio, 11/5/2004 (Agência Brasil - ABr) - A participação maciça do empresariado nacional e estrangeiro instalado no Brasil no III Simpósio de Responsabilidade Social Empresarial nas Américas, que termina hoje, no Rio, evidencia o crescente interesse dos executivos pela matéria, acompanhando tendência mundial.
A avaliação é dos organizadores do evento. O vice-presidente da Associação Regional de Companhias de Petróleo e Gás da América Latina e do Caribe (Arpel), entidade promotora do encontro, Izeusse Dias Braga Júnior, destacou a importância das polêmicas levantadas para "acender luzes" ao debate.
Uma questão que tem motivado discussão é o esforço das empresas para definir o que é responsabilidade social corporativa, uma vez que umas enfocam a questão social e outras priorizam a esfera ambiental. Braga Júnior ressaltou a necessidade de que esse esforço seja conjugado, integrado, para que as ações sejam simultâneas e possam gerar resultados positivos para as empresas e as comunidades.
"Não adianta investir para respeitar o meio ambiente numa determinada comunidade, se essa mesma comunidade não tem as mínimas condições de sobrevivência no campo social", afirmou. O presidente executivo do Conselho Empresarial Brasileiro para o Desenvolvimento Sustentável (CEBDS), Fernando Almeida, mencionou a esse respeito o exemplo da comunidade carente de São Raimundo Nonato, no Parque Nacional serra da Capivara, no interior do Piauí que explorava a floresta à sua volta.
A partir da implantação de um projeto de responsabilidade social, a população começou a produzir vasos com o barro local e as pinturas rupestres que caracterizam a região. Um financiamento permitiu que o projeto utilizasse a energia do gás, em substituição à madeira que era queimada, dando início a um processo de evolução da comunidade no caminho da cidadania.
As conclusões e recomendações do III Simpósio de Responsabilidade Social Empresarial nas Américas serão apresentadas no final desta tarde. O encontro é organizado em parceria com a Petrobrás, Instituto Brasileiro do Petróleo e Gás (IBP), Instituto Ethos e Organizações Globo, com apoio do CEBDS e da Federação das Indústrias do Rio de Janeiro (Firjan).
Entre os temas das mesas de trabalho estão o acesso das comunidades à energia; a questão dos consumidores e clientes com a propaganda e a ética; responsabilidade social e empresarial e acesso a financiamento; aliança entre governo, empresas e sociedade civil.
