São Paulo, 11/5/2004 (Agência Brasil - ABr) - A política de reestruturação do setor de aqüicultura e pescas, iniciada pelo atual governo, já começou a produzir efeitos positivos. Um exemplo é o fato de o país ter ampliado as vendas de camarão no mercado europeu. Atualmente, são embarcados para aquele continente, 85% da produção nacional, contra a média anterior de 66%. A produção do crustáceo passou de 60 mil para 93 mil toneladas.
A afirmação foi feita pelo secretário especial de Aqüicultura e Pesca, ministro José Fritsch, na cerimônia de abertura da 1ª Feira Internacional de Negócios da Pesca, Aqüicultura e Frutos do Mar (SeaFood Expolatin América). Ele disse que em breve terá início a execução do projeto parque aqüícola em sete cidades da região de Santa Fé do Sul, no interior paulista. O projeto permitirá à população ribeirinha explorar a produção de pescado em águas da Hidrelétrica de Ilha Solteira.
Será o primeiro empreendimento do gênero em São Paulo, dentro da política desenvolvida nos seis maiores reservatórios do país (Sobradinho, na Bahia; Tucuruí; no Pará; Serra da Mesa, em Goiás; Furnas e Três Marias, em Minas Gerais e Itaipu, no Paraná. No projeto piloto implantado em Itaipu, já é possível dar início à captura do pacu que começou a ser criado em dezembro do ano passado. Nos seis lagos, a expectativa é de uma produção anual de 18.568.800 toneladas de peixe. apenas em Ilha Solteira, a projeção é de 450 mil toneladas por ano.
Segundo o ministro, além de ampliar a oferta do produto no mercado interno e garantir excedentes para a exportação, o setor pesqueiro no Brasil está sendo visto pelo governo como um segmento expressivo na geração de emprego. A estimativa do projeto de Ilha Solteira é criar mais de 20 mil postos de trabalho. Assim que for assinado o convênio de operacionalização, os moradores ribeirinhos deverão ser incentivados a formar cooperativas, grupos ou associações para a exploração em conjunto. O objetivo é que a produção seja em tanques-redes e que se criem condições para beneficiamento e instalação de entrepostos.
O ministro reconhece que o pescado ainda é pouco consumido no país, não só por uma questão de hábito, mas também por causa do preço. Ele lembrou, no entanto, que o produto faz parte do cardápio diário em muitas regiões, como a Amazônia, por exemplo. De acordo com Fritsch, o aumento da produção permitirá a queda nas cotações no varejo de grandes centros e, a exemplo do frango, o pescado passe a fazer parte da alimentação de um número maior de brasileiros.
Ele também destacou a expressiva alta na recuperação dos estoques na captura da sardinha, que passou de 25 mil toneladas, em média dos últimos anos, para 70 mil neste ano. O pescado de água doce deve ter uma expansão de 20% a 25%.
A feira prossegue até o próximo dia 13, reunindo os principais segmentos da cadeia produtiva do setor. No ano passado, o Brasil exportou cerca de US$ 411 milhões e a previsão para este ano é de algo superior a US$ 460 milhões. O mercado internacional movimenta mais de US$ 55 bilhões.