Líderes no Senado fecham acordo para votar MPs e destrancar pauta até 3ª feira

11/05/2004 - 17h49

Marcos Chagas
Repórter da Agência Brasil

Brasília - O pedido do presidente Luiz Inácio Lula da Silva a seus lideres para que acelerassem a tramitação no Congresso de projetos importantes para o governo já começou a fazer efeito. Os líderes de todos os partidos no Senado fecharam, nesta tarde, um acordo para votar as 8 medidas provisórias que trancam a pauta da Casa até a próxima terça-feira. Amanhã, será votada medida provisória que autoriza a contratação de 2 mil médicos peritos para o INSS.

Votadas as medidas provisórias e destrancada a pauta o líder do governo no Senado, Aloízio Mercadante (PT-SP), espera votar a partir da próxima terça-feira a Lei de Falências na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) e a reforma do Judiciário no plenário do Senado.

Quanto a Parceria Público-Privada (PPP), outro ponto que o presidente quer ver apreciado logo
pelo Congresso, Aloízio Mercadante espera mais 15 dias até que negociações de mérito sejam concluídas e o projeto possa ser votado na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE).

O líder do governo não vê qualquer risco de o PPP deixar de ser votado pelo Senado até junho. Ele ressaltou que todos os partidos tem interesse na matéria. Como foi colocado por Lula, na reunião de hoje com os líderes, alguns projetos de infraestrutura estão prontos para serem iniciados aguardando apenas a aprovação do PPP. É o caso, por exemplo, de investimentos chineses em ferrovias como a Norte-Sul, destacou Aloízio Mercadante. A modernização de portos como o de Santos (SP) e o de Paranaguá (PR) e investimentos em rodovias estão previstos em parcerias público-privadas.

Mercadante também comentou as turbulências que derrubaram as bolsas e elevaram a cotação do dólar acima de R$ 3,00 nesta segunda-feira. Ele destacou o bom desempenho dos indicadores econômicos brasileiros no dia de hoje mas, apesar disso, acredita que "as turbulências" ainda permanecerão por algum tempo por causa de um possível aumento nas taxas de juros americanas.

O líder do governo no Senado ressaltou que o Congresso pode contribuir para amenizar os efeitos de uma crise externa que está fora do controle do governo brasileiro. "O Congresso pode implantar uma agenda positiva" que, como no caso do PPP, crie condições de investimentos, crescimento e geração de empregos.