Lupi Martins
Repórter da Agência Brasil
Porto Alegre - A Superintendência do Incra, no Rio Grande do Sul, ofereceu na tarde desta terça-feira aos integrantes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), que ocupam desde o dia 2 de abril a Fazenda Guerra, uma área alternativa para que a reintegração de posse determinada pela Justiça seja cumprida.
Um acordo firmado hoje com a Secretaria do Patrimônio da União, foi possível liberar uma área de 160 hectares, próximo do centro de Pelotas, na zona Sul do estado, para que os integrantes do MST possam aguardar o assentamento definitivo.
Apesar da solução encontrada pelo Incra, lideranças do MST afirmaram que não irão aceitar a oferta e que resistirão a retirada pela força. Segundo um dos lideres, Silvio dos Santos," esse tipo de proposta é uma provocação das mais baixas, do pior tipo de nível que se poderia esperar. É um desrespeito do Incra e do Ministério do Desenvolvimento Agrário com as famílias acampadas. Nós não vamos sair da fazenda enquanto o Incra não apresentar soluções concretas para os assentamentos." Silvio dos Santos acrescentou que a proposta não será nem discutida no acampamento.
De a cordo com a determinação do juiz da 1ª Vara Cível de Carazinho, Alexandre Kreutz, os agricultores terão que deixar a área até quinta-feira às 10 horas. O número de famílias acampadas na Fazenda Guerra aumentou de 750 para 1.200 a partir de último final de semana.
Hoje lideranças do movimento no acampamento se negaram a assinar notificação do Conselho Tutelar de Coqueiros do Sul, solicitando a retirada de crianças do acampamento, diante do anúncio feito pelo Comando da Brigada Militar que a operação de reintegração de posse prevê também a utlização de gás lacrimogênio.