Comitê quer diminuir ataques de tubarões em Pernambuco

04/05/2004 - 15h10

Recife, 4/5/2004 (Agência Brasil - ABr) - Representantes de 25 instituições governamentais, não governamentais e da sociedade civil começaram a definir hoje estratégias para minimizar os ataques de tubarões que vem ocorrendo no litoral de Pernambuco. O grupo integra o Comitê Estadual de Monitoramento de Incidentes com Tubarões, instalado hoje por meio de decreto do governador Jarbas Vasconcelos, durante reunião na sede da Secretaria Estadual de Defesa Social. Segundo o governador, é dever do estado adotar, em conjunto com os municípios das áreas envolvidas e outras entidades, iniciativas que defendam a integridade física e o bem-estar dos freqüentadores das praias.

Para Jarbas Vasconcelos, a instalação do comitê foi necessária em função do elevado número de ataques no litoral, que nos últimos 12 anos vitimou 47 pessoas, a maioria surfistas. De acordo com o pesquisador Fábio Harzin, do Departamento de Pesca da Universidade Federal Rural de Pernambuco, entre as atribuições do novo fórum estão o monitoramento das áreas de risco, acompanhamento de incidentes com tubarões, desenvolvimento de pesquisa sobre hábitos e reprodução do predador, além de campanhas educativas para informar a população e aos turistas sobre cuidados, além de áreas impróprias ao banho de mar e prática de surf.

Harzin reconhece que o problema é grave, não como questão de ameaça a saúde pública, mas principalmente do ponto de vista sócio-econômico, pelo impacto negativo causado a atividade turística em Pernambuco. O coronel Ricardo Santana, comandante do corpo de Bombeiros, observou que todas as vítimas de tubarões são do sexo masculino. Ele atribui o fato às medidas de segurança tomadas pelas mulheres. "Elas não se aventuram em áreas profundas, enquanto o homem é mais afoito, ousado e por essa razão incorre em situações de maior risco", destacou.

Entre os integrantes do comitê estão órgãos como o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), Capitania dos Portos, universidades federais, a Fundação de Amparo à Ciência, Assembléia Legislativa, secretarias estaduais de Defesa Social, Ciência e Tecnologia e Indústria e Comércio, Associação de Agências de Viagens, Indústria Hoteleira e Associação de moradores dos municípios envolvidos.