Rio, 3/5/2004 (Agência Brasil - ABr) - A captação dos planos de Previdência privada cresceu 47,1 % no primeiro trimestre deste ano, com um total de R$ 4,43 bilhões, superando o total registrado no mesmo período de 2003, quando as entidades abertas comercializaram R$ 3,033 bilhões.
O resultado consta do levantamento mensal realizado pela Associação Nacional das Empresas de Previdência Privada (Anapp), divulgado hoje, que aponta a abertura de 1.360 milhão de novos planos nos últimos doze meses.
Segundo o levantamento, a Carteira de Investimentos do setor teve expansão de 46,26% alcançando R$ 51, 9 bilhões em abril deste ano, contra R$ 35,5bilhões em março de 2003. O índice de Reservas Técnicas também cresceu, no mesmo período, em 47,47%, apresentando um montante de R$ 48,5 bilhões, contra R$ 33 bilhões de março de 2003.
O maior produto em crescimento no primeiro trimestre deste ano foi o seguro de Vida Gerador de Benefícios Livres (VGBL), que apresentou o índice de 154%, com prêmio total de R$ 2,331 bilhões. Esse tipo de seguro é usado como produto de previdência para quem é isento de Imposto de Renda ou declara pelo modelo simplificado. O produto tem um patrimônio acumulado de R$ 11,631 bilhões desde o início de sua comercialização, com crescimento de 218% em relação a março de 2003.
O Plano Gerador de Benefícios Livres (PGBL) apresentou crescimento de 23,5%, com receitas de R$ 1,156 bilhões. O plano permite reduzir a base de cálculo do Imposto de Renda em até 12% e sua Carteira de Investimentos registra a marca de R$ 13, 1 bilhões, com crescimento de 58,2% sobre os R$ 8,27 bilhões de março do ano passado. Os planos tradicionais, ao contrário, apresentaram queda de 21,2%, com faturamento de R$ 930 milhões no trimestre, e uma carteira de investimentos de R$ 26, 76 bilhões, com crescimento de 15,29% no período.
Para o presidente da Anapp, Osvaldo do Nascimento, três fatores contribuíram para o crescimento do setor: a consciência do cidadão da necessidade da poupança de longo prazo, pressionada pelas novas regras da Previdência Social; a evolução do setor em relação à previdência privada, como a possibilidade do investidor escolher o risco da aplicação; e a transparência dos fundos cujos desempenhos podem ser acompanhados pelos jornais. Nascimento adiantou que neste semestre a Carteira do VGBL vai ultrapassar a do PGBL e a expectativa é que em dois anos ultrapasse a da Previdência Complementar.
O presidente da ANAPP disse também que o marcado está em fase de acomodação, com os cidadãos redistribuindo seus ativos, e que o crescimento do setor depende da estabilidade de regras, neutralidade fiscal e política tributária que favoreça o investimentos de longo prazo, já que " a tendência do setor é se popularizar cada vez mais". Osvaldo Nascimento analisou que a previdência complementar representa atualmente algo em torno de 30% do PIB, índice igual ao da Espanha e que isso se deve ao trabalho de retaguarda que vem sendo feito pelo governo, através da Superintendência de seguros Privados do Ministério da Fazenda.
Os resultados foram divulgados durante a abertura da Terceira Conferência sobre Previdência Privada AVAPP/OCDE – Brasil, em realização no Hotel Inter Continental, em São Conrado.