Liminar que autoriza comércio a abrir no 1º de Maio em São Paulo irrita trabalhadores

30/04/2004 - 18h46

Leonardo Stavale
Repórter da Agência Brasil

São Paulo - O 1º de Maio não será de feriado para todos trabalhadores na capital paulista. Alguns comerciantes da cidade conseguiram liminar na Justiça para abrir as portas normalmente. A decisão dos comerciantes irritou o presidente do Sindicato dos Empregados no Comércio de São Paulo, Ricardo Patah. Ele acusa os empresários de deslealdade, já que teria sido firmado um pacto com os comerciários, na Delegacia Regional do Trabalho (DRT), segundo o qual nenhum empregado do comércio trabalharia amanhã.

A advogada trabalhista Isabella Witt discorda e aponta para a "necessidade de flexibilização dos sindicatos para que a abertura das lojas seja possível". Para ela, a abertura das lojas poderia incrementar o comércio, o que seria benéfico tanto para os patrões, com o aumento do faturamento, quanto para os empregados, que teriam alta nos seus rendimentos. Isabella lembrou que amanhã é o penúltimo sábado antes do Dia das Mães. Segundo dados da Associação Brasileira dos Lojistas de Shopping (Alshop), as vendas de sábado representam 35% do faturamento semanal dos lojistas e as de domingo, 14%.

O presidente do sindicato, no entanto, ressalta a importância de se comemorar o único dia dedicado ao trabalhador. Ele argumenta que um dia a menos de vendas não faria diferença no resultado final dos comerciantes.

O sindicato informou que divulgará nota amanhã denunciando o conflito. A DRT terá 80 fiscais de plantão para garantir o direito do trabalhador. O comerciante que abrir seu estabelecimento, sem ter liminar, será denunciado ao Ministério Público", diz o texto. A multa para o estabelecimento que for autuado, segundo o sindicato, varia de R$ 400 a R$ 5 mil, dependendo do número de funcionários.