Exportações de camarão crescem 20,3% no 1º trimestre e animam setor

30/04/2004 - 17h45

Kelly Oliveira
Repórter da Agência Brasil

Brasília - As exportações brasileiras de camarão registraram crescimento de 20,3% no primeiro trimestre de 2004, em relação a igual período do ano passado, passando de 11,3 mil para 13,6 mil toneladas. As informações da Associação Brasileira de Criadores de Camarão (ABCC) indicam também crescimento de 11,6% no faturamento do setor, com um salto de US$ 45,3 milhões para US$ 50,6 milhões.

A expectativa da ABCC para 2004 é exportar 76 mil toneladas de camarão, gerando um faturamento de US$ 300 milhões. No ano passado, as vendas externas totalizaram 58,4 mil toneladas, com receita de US$ 226 milhões.

Para aumentar a divulgação do camarão brasileiro no exterior, 11 exportadores brasileiros irão participar da maior feira de frutos do mar da Europa, a European Seafood. A feira acontece entre 4 e 6 de maio, em Bruxelas, na Bélgica. Segundo a ABCC, cerca 1,4 mil expositores de 100 países vão participar da feira. O evento reúne toda a cadeia produtiva do setor de frutos do mar, desde produtores e exportadores, até fornecedores de equipamentos, insumos e ferramentas tecnológicas.

Outro objetivo dos produtores brasileiros é conquistar novos mercados para o produto, que está sendo ameaçado pelo processo de antidumping movido por pescadores americanos. A decisão do governo americano sobre a aplicação de uma sobretaxa sobre a importação de camararão brasileiro sai em junho.

A Europa é a maior importadora mundial de camarão, com um volume de 569 mil toneladas em 2003. Segundo a ABCC, a Europa tem aumentado as importações de camarão brasileiro. Em 2003, os europeus importaram 63% de todo o camarão embarcado pelo Brasil. No ano anterior, essa fatia era de 52% - o que equivale a um incremento de quase 10% no período avaliado.

Para o presidente da ABCC, Itamar Rocha, os compradores europeus são os que impõem regras mais rígidas para as importações. Ele cita o exemplo da China que está impedida de exportar camarão para Europa porque usa antibióticos na produção. "Os europeus são muito exigentes com relação à sanidade. Além disso, não aceitam camarão criados com o uso de rações que possuam transgênicos", afirma.

Segundo Rocha, os produtores brasileiros precisam investir mais na exportação com valor agregado, que vai do produto sem casca ao pronto para o consumo. "O valor agregado é uma ferramenta para se sobrepor aos problemas com os preços e abrir mais mercados", argumenta.

Em 2003, o Brasil exportou menos de 1% de produtos com valor agregado, informa Rocha. De acordo com ele, a expectativa para este ano é aumentar essa quantidade para 10%. "As empresas estão investido em adequação tecnológica e capacitação dos funcionários", conclui.