Gianotti: é preciso definir o que se quer para o futuro das universidades públicas

28/04/2004 - 18h24

Brasília, 28/4/2004 (Agência Brasil - ABr) - O professor de filosofia da Universidade de São Paulo (Usp), José Arthur Gianotti, afirmou, hoje, durante a terceira etapa de debates para elaboração da proposta da Reforma Universitária, realizada no Ministério da Educação (MEC), que o momento é de definir politicamente o que se quer para o futuro das universidades públicas brasileiras.

De acordo com o Gianotti, ocorre dentro das universidades um processo de "demonização" do governo federal, que imobiliza o trabalho de busca de solução para os problemas. Segundo ele, esse fenômeno aconteceu na gestão do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso e volta a acontecer, agora, com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

"Não podemos ficar acreditando na universidade do ‘faz-de-contas’. É mais fácil simplificar e dizer que o presidente tal nos ‘traiu’, do que encontrar a solução para o problema. Antes foi assim e agora está se repetindo. É isso que queremos para as universidades?", questionou o professor.

Para o ministro da Educação, Tarso Genro, a opinião do professor, revela um momento de crise pelo qual passam as universidades e demonstra que o debate democrático continua fazendo parte do cotidiano das instituições. "É a menor parte, cerca de 10% a 15%, que está ali para manifestar seu descontentamento com o governo. Mas recebemos isso com absoluta tranqüilidade, se não houvesse manifestações, a universidade estaria morta", ressaltou o ministro.