Brasília, 27/4/2004 (Agência Brasil - ABr) - A desoneração da folha de pagamento das empresas e a redução da jornada de trabalho. Estes são alguns pontos defendidos pelo vice-presidente do Senado, senador Paulo Paim (PT/RS), para estimular a criação de novos empregos e aumentar a renda dos trabalhadores. Os temas estão em debate no seminário "Desemprego e Renda", que começou hoje pela manhã no Senado Federal. Os primeiros palestrantes foram os professores Márcio Pochmann, da Universidade de Campinas (Unicamp); José Pastore, da Universidade de São Paulo (USP); e Jorge Arbache, da Universidade de Brasília (UnB). Eles fizeram um diagnóstico do desemprego no Brasil e das alternativas macroeconômicas possíveis.
Para o professor Márcio Pochmann, o desemprego no país é oito vezes maior do que era na década de oitenta. Pochmann defendeu o crescimento econômico, mais investimentos em educação e uma melhor distribuição de renda para combater o desemprego. "Sem crescimento econômico não há saída para o desemprego", afirmou Pochmann.
O professor José Pastore disse que existe um colapso na infra-estrutura do país. Segundo ele, este colapso, juntamente com o baixo nível de educação e a legislação existente, contribui para o desemprego. O professor disse que os baixos investimentos produtivos no último ano também ajudaram no crescimento do desemprego.
Ele revelou que, em 2002, foram investidos cerca de U$ 30 bilhões no país. No ano passado, foram apenas U$ 10 bilhões. "Há falta brutal de investimentos em áreas importantes que garantirão os empregos de amanhã", disse Pastore.
O professor Jorge Arbache disse que a principal causa do desemprego é a depressão econômica que atinge o país nos últimos 23 anos. Ele mostrou que o Produto Interno Bruto (PIB) per capita do brasileiro caiu de 0,8% nos anos 80 para 0,44% nos anos 90. O professor defendeu um consenso mínimo, principalmente no Congresso Nacional, para reverter a situação.
O seminário termina hoje com a elaboração de um documento com sugestões que será encaminhado ao presidente da República.
