CNA afirma que propostas do Mercosul e UE são ''defensivas''

27/04/2004 - 15h43

Kelly Oliveira
Repórter da Agência Brasil

Brasília, 27/4/2004 (Agência Brasil - ABr) - O vice-presidente para Assuntos Internacionais da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), Gilman Viana, afirmou hoje que as negociações entre Mercosul e União Européia ainda não avançaram porque as ofertas dos dois blocos são defensivas. "É necessário uma oferta mais agressiva em compras governamentais, serviços e investimentos e em contra-partida, mais acesso a mercados para os nossos produtos, com redução tarifária", afirma.

Hoje, o comissário europeu para assuntos agrícolas, Franz Fischler, se reuniu com representantes do agronegócio brasileiro na CNA. O ponto principal da discussão é o interesse europeu nas compras governamentais, serviços e investimentos no Mercosul, enquanto o interesse do bloco sul-americano busca uma maior abertura para produtos agrícolas.

Segundo Viana, o setor privado brasileiro prefere negociar reduções tarifárias nas exportações para os europeus do que aumento de cotas. Ao mesmo tempo, a CNA avalia a necessidade do país em criar marcos regulatórios para os investimentos estrangeiros diretos em infra-estrutura, serviços e compras governamentais. "Nós precisamos do investimento em infra-estrutura para exportar e o Brasil precisa do agronegócio para preservar seu equilíbrio internacional de comércio", afirma o vice-presidente.

Viana acrescenta que a União Européia propõe uma redução gradual dos subsídios. A expectativa é de que a abertura de mercados europeus ocorra em 10 anos desde que o acordo entre os blocos seja firmado.